Quantcast
Channel: Não Sei Lidar
Viewing all 317 articles
Browse latest View live

Sobre aprender a nadar

$
0
0
Para vocês entenderem que estamos diante de uma grande coisa aqui, preciso começar com este flashback: O ano é, bom, não faço ideia... Mas a ideia é que estamos no jardim de infância e, hoje, aparentemente, é dia de piscina. Professoras vigiam as crianças numa piscininha, e está todo mundo feliz. Todas as criancinhas estão dando mergulhos, na medida do possível de uma piscina rasa e de plástico, ou estão sentadas jogando água umas nas outras, exceto um menino ruivo e magrelo, que fica o tempo todo em pé. Uma das crianças:

- VAMOS BRINCAR DE FUNDO DO MAR!!!
- EU SOU O TUBARÃO!
- EU VOU SER A SEREIA, ENTÃO.
- SEREIA NÃO EXISTE.
- EXISTE SIM.
- VOU SER A ESTRELA-DO-MAR
- BALEIA!
- GOLFINHO!!!
- CAVALO-MARINHO!!!
- E O FELIPE?
- Eu não quero brincar de fundo do mar.
- VAI SER A ONDA ENTÃO, PORQUE SÓ FICA DE PÉ KKKKKKKKK

Daí, nesse dia, eu fui a onda. Me dá vontade de rir quando eu lembro do menino/tubarão correndo atrás dos outros, a sereia cantando, e eu apenas andando pela piscina. Eu não conseguia sentar. Aquela coisa de plástico, cheia de água e um monte de crianças pulando e gritando dentro me dava uma agonia que eu não sabia ainda como driblar.

O tempo passou, eu evitei piscinas ao máximo e, obviamente, não aprendi a nadar. Eu sou a pessoa que fica em pé na parte rasa num dos cantos da piscina. Eu sou a pessoa que não se afasta vinte passos da areia na praia. Eu certamente iria morrer assim se não fosse a lista. "Aprender a nadar", BUM, na minha cara.

Mas, gente, um conselho: Não deixe para vinte anos depois o que você pode fazer hoje.

Mesmo tendo saído vitorioso dos exames físicos, eu fui me cagando de medo pra primeira aula de natação, porque:


Tipo, o que uma pessoa que nada sabe faz numa primeira aula? NADA! kkk TURUM TSS Os professores de natação sabem da existência de pessoas com mais de vinte anos que ainda tampam o nariz para molhar a cabeça embaixo d'água? Eu estava com medo do professor me empurrar - VAI, MOSTRA O QUE VOCÊ SABE - e eu afundar para a morte que nem o Jack em Titanic. E tinha o ridículo de eu não saber usar a touca (é pra cobrir os ouvidos?) e nem os óculos de natação, além de ser uma aparência patética. Eu não errei muito.

- VAI, FELIPÃO, ENTRA NA ÁGUA.
- Mas meu senhor
- ESSA PARTE DO ÓCULOS É PRA CIMA.
- *desvira o óculos*
- VAI, DÁ UM MERGULHO.
- Um de nós dois já sabe que isso não vai acontecer hoje, mas esse um vai entrar na piscina para demonstrar a situação para o outro.

Quando eu entrei na piscina, juro, achei que fosse ali que o Titanic afundou PORQUE QUE GELO ERA AQUELE, ESSAS PESSOAS SÃO DOENTES. Eu acho que o professor entendeu o meu nível quando pediu para eu "conhecer a piscina" e eu fui e voltei tremendo andando.


Ele me ensinou uns paranauês de respiração, me fez arriscar tirar os pés do chão, me fez questionar onde eu estava com a cabeça quando me matricular naquele raio de aula e me respeitou como pessoa com probleminhas:

- Isso, Felipe, estica os braços, toma ar, se lança pra frente e bate os pés. Vai lá até o final e volta.
- Ok, mas vai pra lá.
- Oi?
- Vai ficar aqui me olhando?
- Vou?
- Jamais. Não deixa eu te ver. Fica me olhando de longe.

E não é que ele foi? Hahahahahahah Depois eu percebi que foi idiotice minha achar que eu ficaria reparando que todos estavam me olhando. Era noite, meus órgãos internos congelando, meus óculos embaçados por causa da água entrando, eu não enxergava um palmo na minha frente, todas as pessoas de óculos e touca também. Minhas memórias são apenas borrões. Eu estava cagando se tinha alguém me olhando, porque meu único pensamento era PRECISO TERMINAR ESSE EXERCÍCIO E NÃO MORRER CONGELADO NESSA PISCINA, EU AINDA QUERO SABER O FINAL DE BREAKING BAD E QUEM VAI GANHAR O SURVIVOR SECOND CHANCES, QUERO SENTIR MINHAS PERNAS OUTRA VEZ.

Aí acabou, e eu vi que ainda estava andando. O professor veio com um papo de que eu fui muito bem, que eu tinha mesmo que focar num objetivo, tipo aprender a nadar para passar num concurso (O meu: NÃO MORRER), e que tinha um aluno dez vezes pior do que eu (Nossa, valeu hein).

Moral da história: FACA NA CAVEIRA, É NÓIS, VAMO NADAR, RAPEIZE.



Quero ser sereio na próxima brincadeira.

Dou meu reino por

$
0
0
1) E-mails: Poucas coisas na vida me deixam mais feliz do que abrir meu e-mail e ver minha caixa de mensagens lotada. Claro que eu não estou falando de spam e e-mails automáticos, mas de gente falando sobre coisas de gente. Tenho agonia de telefone, não entro muito no Facebook, o whatsapp me deixa nervoso com aquela urgência em responder, mas com e-mail, ah, meu querido e-mail, eu posso manter uma conversa por dias. E não tem isso de ME RESPONDE AGORA. Eu posso pensar no que quero dizer, posso reler as conversas com calma, posso postar links, imagens e falar de mais de um assunto ao mesmo tempo. Me manda um e-mail puxando um bom assunto e já seremos praticamente melhores amigos (sério).


***

2) Conexões reais: Eu até aprecio coleguismo, mas nada no mundo me mata mais do que amizades superficiais. Banalizaram tanto o conceito de amigo que eu sempre fico confuso com expressões como "Tem amigo que não dá pra confiar" ou "amigos invejosos" ou "amigo é que nem sol, só aparece em tempo bom". Gente, que raios de amigos são esses que vocês estão arrumando? Não chamo qualquer um de amigo, mas dou meu reino por pessoas com quem eu posso compartilhar coisas, quaisquer coisas, sabendo que são de confiança e que essas pessoas gostam de mim. Pessoas que me ouvem e sabem que me terão quando precisarem ser ouvidas. Eu amo gente, pessoas são fascinantes, é quase como ganhar na loteria encontrar uma conexão real com uma delas.

***

3) Amor gratuito: Mal sei o que dizer, apenas sentir. TÁ EM FALTA NO MUNDO. Gente, faz tanta diferença! Sabe quando a pessoa não te deve nada, você não tem nada de valor para oferecer para ela, até mesmo vocês nem se conhecem e, BUM, ela faz um bem pra você? É amor gratuito purinho! Um elogio, um presente, um oferecimento de ajuda, um ombro amigo, uma ação voluntária... É tudo amor gratuito. Eu tinha que gravar minha reação quando recebo um e-mail pelo formulário de contato do blog, e uma pessoa, QUE EU NEM SABIA QUE EXISTIA, está me agradecendo por ter escrito tal post ou pelo blog em geral. Sabe, é coisa de fazer happy dance mesmo. Eu fico feliz principalmente porque é algo que veio do nada, eu nem vi chegando. Fico abobado, e é a melhor sensação.


***

Neste outro texto (aqui), você pode encontrar as coisas que, ao contrário das que listei agora, eu não sei lidar de jeito nenhum!

O que quase ninguém falou sobre Sense8

$
0
0
Vocês já devem saber que a Netflix chegou com mais uma série inovadora, que Sense8 ganhou o coração de todo mundo, que a série é fantástica etc etc. Até porque faz meses que o piloto foi ao ar. Mas, se vocês não sabiam, estão sabendo agora.

Eu gostei de Sense8. Atenção para isso.

Eu e milhares de outras pessoas que fizeram comentários, resenhas e postaram tweets ensandecidos de como o seriado é nota 10. Não vou perder meu tempo fazendo o mesmo, porque, apesar de ter gostado também, eu fiquei um tiquinho frustrado com o potencial que, na minha opinião, a série deixou de aproveitar. Vai parecer que eu odiei Sense8, adianto que não foi o caso. Outras pessoas também criticaram a produção, e esse texto aqui é mais um para aqueles que precisam de uma crítica negativa para poderem seguir em frente, assistirem e tirarem suas próprias conclusões.

Mas, Felipe, Sense8 é sobre o quê?

8 pessoas aleatórias, espalhadas pelo mundo, de um dia para o outro, se veem conectadas de uma forma sobrenatural. Eles não sabem como ou por que conseguem ouvir os pensamentos dos outros, sentir o que os outros estão sentindo, conversar entre si e estar na pele dos outros sensates. A ação começa quando uma pessoa misteriosa parece estar atrás deles e todos precisam se mobilizar para se salvarem.



A premissa é MUITO BOA. E depois de eu ter lido este texto maravilhoso sobre a série, eu sabia que precisava ver.

Mas onde deu ruim?

1) Personagens bonzinhos demais: Um dos principais trunfos da série, na minha opinião, são as diferenças entre as oito pessoas aleatórias: Homens, mulheres, negros, brancos, outras raças, héteros, gays, cis, trans, religiosos, ateus, sensíveis, insanos... É fácil rolar a identificação com, pelo menos, um deles (Kala e Nomi pra sempre no meu coração <3). E, assim, bem legal a aleatoriedade da coisa toda, mas... todos eles são bonzinhos. Bons num nível que pode chegar a dar sono. Imagina, gente, 8 pessoas aleatórias e não tem um racista, um homofóbico, um que quer se aproveitar dos outros, um, no mínimo, inconveniente. Não, todos se ajudam, viram Best Friends Forever e precisam derrotar os vilões de suas próprias vidas. Até o Wolfgang, que tecnicamente é um bandido, faz tudo com um senso de justiça muito forte, nem dá mesmo pra defender as pessoas que ficam na mira da ira do Wolfie.

2) Peso na consciência: Eles são bonzinhos, mas, aparentemente, podem matar sem ter uma crise de consciência, não rola nem um remorso.


3) Cenas cafonas: Nossa, tem umas coisas em Sense8 que você pensa a respeito e fica UAU, QUE LINDO, QUE GENIAL. Como eu disse, a premissa é muito boa, dá até um calorzinho no coração pensar sobre ela, porém, as cenas, mensagens e diálogos tem um pézinho na cafonice que até eu, que curto ser cafona, fico "Mas, gente...". Tem umas cenas que me fizeram gargalhar por serem rasas e até ridículas, mas depois me informaram que era pra chorar. Achei meio amador por parte dos produtores.


4) Barras sendo forçadas: Acho que a principal barra forçada é a deles interagindo pelas primeiras vezes e ficando todo mundo de boa. Do nada, aparece uma pessoa DE OUTRO CONTINENTE onde você está, e o que você faz? Isso mesmo, senta com ela pra tomar um chá, assistir um filme na TV, perguntar se tá tudo bem com ela... Depois disso, meio que rola aquele clichê dos filmes de guerra com um homem enfrentando um exército inteiro, personagem fazendo uma bomba caseira potente com itens de cozinha (GARGALHEI NESSA), todo mundo fazendo a corrente do bem pra salvar o mundo... Olha, forçaram.


Dá pra continuar amando? Dá. Porém, no fim das contas, eu acho que os produtores fizeram o dever de casa sobre representatividade direitinho, bolaram um formato bacana, uma fotografia impecável, mas escorregaram na profundidade e na verossimilhança.

Desejo sinceramente que a segunda temporada seja melhor, porque há muito pra ser explorado nessa realidade incrível de Sense8.

Se você ainda está saturado dos comentários SENSE8 MELHOR SÉRIE, eu recomendo a crítica do Rodrigo Lorenzi, que disse quase tudo o que eu queria dizer, mas de uma forma menos amadora, e também a crítica da Fernanda Furquim, que foi mais diaba nos comentários, mas que também acho muito válida.

 

***

Se você é uma dessas pessoas que estava fugindo de Sense8 por ser uma série supostamente perfeita e viu a luz nesse post, me ajuda compartihando?

Ou, talvez, você a já viu a série e, RÁ, sabia que não era perfeita e ficou com a impressão de que todas as outras pessoas são cegas, compartilha?

Ou se você meio que odiou a produção da Netflix e está confuso se esse post é de amor ou ódio, compartilha também?

Se você é um dos meus sensates perdidos pelo mundo e caiu nesse post, compartilhar o texto pra me fazer feliz é uma boa forma da gente começar a se conhecer :P

Obrigado.

Se eu fosse um sensate

$
0
0
Um efeito que eu observei em algumas pessoas após terem visto Sense8 foi ficarem com vontade de ter uma ligação tão especial e íntima como os sensates têm. É terminar de ver o último episódio e CADÊ MEUS SENSATES? QUERO MEUS SENSATES!!!

Mas, amigo, você já pensou bem sobre isso? Porque, gente, como eu comentei, a série não mostra exatamente como a coisa toda funciona. Os sensates têm umas reações bem tranquilas e ficam amigos e de boa rapidinho. Na vida real, na minha vida especificamente, a coisa seria um pouco mais complicada. Eu ia querer os meus sensates bem longe de mim, isso sim.

De cara, eu já penso: NÃO PODE CAGAR EM PAZ. Gente, na primeira vez que eu notasse outras pessoas se metendo na minha vida, eu ia ficar 1 semana sem sentar numa privada. Mas nunca que eu ia entrar num banheiro sabendo que, HÁ QUALQUER MOMENTO, 1 ou 7 pessoas poderiam estar ali me olhando, sentindo meus movimentos intestinais e compartilhando meus odores. Tipo, sem condições. Não sei como eu ia resolver o problema, mas ia levar a prisão de ventre até quando fosse possível.

Eu entrando no banheiro e vendo a galera


E logo depois: VOU ARRUMAR BRIGA. Nossa, num grupo de 8 pessoas? Quase certo que eu ia me estranhar com alguém. Principalmente se um deles despontasse como líder e quisesse guiar a galera. Eu sou questionador. Eu ia questionar tudo enquanto todo mundo fica na maior good vibes. E certamente que na vida real ia ter um fulano preconceituoso, um religioso falando de inferno e um vegano ditador que ia ficar dando palpite nas minhas comidas. Imagina 7 pessoas te atazanando 24h por dia.

MAS TEM GENTE DEMAIS AQUI

Eu sou uma daquelas pessoas irritantes que acordam cedo e cantando na segunda-feira de manhã para logo em seguida aplaudir o sol e amar todos os seres humanos. Eu ando comportado na rua, mas, na minha cabeça, eu estou dançando. Eu tenho um nível de efusividade interior constante que assusta, mas não abro mão. Se no meu cluster tivesse essas pessoas que vivem abraçadas com a bad (Oi, Riley), não ia prestar. Mas não ia prestar MESMO. Eu ia me sentir triste por causa de problema dos outros, eu ia ficar irritado com a pessoa deprê, eu ia ficar meio VAMO LEVANTAR ESSE ASTRAL e a pessoa ia ficar pior, e a gente ia brigar etc etc etc

Mas, quando eu ficasse no fundo do poço, meus sensates iam ficar uma semana sem sair da cama, porque, quando a bad bate aqui, ela bate forte.


Eu, provavelmente, mataria todos eles de tédio. Porque, ao invés deles serem transportados para cenários lindíssimos na Índia, eles cairiam na minha vida comum. Na maioria das vezes, eles iam me ver sentado em frente a um computador. Ou iam aparecer no busão cheio, e eu ia pedir para eles não atrapalharem minha leitura. Ou esperarem o episódio de Grey's Anatomy acabar. Eu não teria muita coisa para mostrar, a não ser que o sonho de um deles fosse conhecer Nova Iguaçu, coisa que eu acho difícil. Ia ser um eterno "Não repare a bagunça".

Expectativa

Realidade

Agora, me digam, parece um bom negócio? Não parece.

***

Gostou? Foi bom pra você? Fez você repensar toda sua vida como sensate?

Você NÃO PRECISA, mas, compartilhando esse texto, você me ajuda a encontrar outras pessoas que também podem gostar das lorotas que eu escrevo. Ficarei eternamente grato.

Eu também ia adorar ler outros textos como esse (sério!), dizendo como realmente seria a vida de vocês caso fossem sensates. Você tem um blog? Sinta-se à vontade. E me manda o link que eu quero ler!

Não é exatamente falsa modéstia

$
0
0
Eu estava contando das agruras da vida de um nadador inexperiente e de como eu sou péssimo em bater os pés e girar os braços ao mesmo tempo, e um colega meu me disse que eu sou muito pessimista. Segundo ele, eu digo tanto que vai dar errado que acabo ~atraindo~ as coisas ruins e passando vergonha lá na piscina.

Bati o pé, teimei mesmo. É aquela velha história: eu não sou pessimista, eu sou realista. Eu me conheço. Eu sei que sou bom em várias coisas, mas ninguém é bom em tudo. Eu apenas reconheço que tem um monte de coisa que eu não sei fazer e, talvez, jamais saberei.

Daí que cheguei na aula de natação e estou acostumado a ter uma raia só pra mim. Os professores dividem as raias por níveis, em ordem crescente. Eu sou o único aluno que começou do zero, então a primeira raia, que eu chamo carinhosamente de Raia da Derrota, sempre foi só minha. Mas nesse dia tinha uma moça nela.

Professor mandou eu nadar até o meio da piscina e voltar, e eu só pensando "meu senhor, eu mal consegui girar os braços da última vez, como você quer que eu gire os braços, bata as pernas E respire agora?". Mas, né, me preparei, não adianta discutir com ele. Ele fala VAI, e a gente vai do jeito que não sabe. Só que a moça estava nadando ali na raia.

Eu tentei ir, mas travei umas duas vezes só de ver a moça indo e voltando. Eu não conseguia. Na minha cabeça, eu me vi nadando e batendo com a cabeça na dela. Ou então cruzando o caminho dela porque aparentemente eu só sei nadar em zigue-zague, ou seja, nenhuma direção lógica definida. Só vi o caos de esbarrar na pessoa várias vezes. Daí eu virei para o professor e "Ela vai ficar aqui?". E ele "Vai. Dá pra dividir a raia", e eu "MAS MEU SENHOR", e ele "Calma. Eu sei que você sempre pensa no pior caso, mas vai dar certo".

Gente. O cara me conhece há, sei lá, umas três aulas só. Como assim "Eu sei que você sempre pensa no pior caso". Eu realmente faço isso? TERIA EU ME DESCOBERTO PESSIMISTA?

Pensei muito a respeito e vi que não é bem isso. Por fora, parece ser pessimismo, mas eu sei o que rola aqui dentro: É um mecanismo de defesa quase que involuntário. Você junta mente de cocô feat não saber lidar com coisas desconhecidas e meu medo de humilhação pública, e isso dá a resposta.

Eu não acho realmente que vai dar tudo errado. Eu não acho de verdade que sou um fracasso total em todas as atividades do universo. Muito pelo contrário, como eu disse, eu sou bom em várias coisas. Mas tem coisas em que eu não sei se sou bom. Nadar, por exemplo. Eu nunca tinha tentado nadar antes. Eu não fazia ideia do que era preciso. Era uma coisa completamente desconhecida pra mim. Será que sou bom em nadar e não sei ainda? Ou será que eu sou péssimo? Vai que eu sou bom. PORÉM, pra garantir, eu já deixo todo mundo avisado: "Olha, sou um zero à esquerda, eu provavelmente vou ferrar com tudo". Eu não acho realmente que vou ser o pior dos piores, mas, se acontecer, eu já estou preparado, já tinha avisado.

Eu não sou o único. Quem lembra?

É o contrário de parar o baile e ficar babando. Eu morro só de pensar em me dispor a fazer uma atividade, estar todo mundo esperando a coisa toda dar certo e eu me atrapalhar e pagar um micão. Eu detesto gente rindo de mim. DETESTO. Então eu já dou meu jeito de baixar as expectativas das pessoas, mesmo sabendo que há grandes chances de eu ser naturalmente bom na coisa em questão. Por fora eu estou "Nunca fiz isso, não sei lidar, vai ser um desastre kkkk", mas por dentro eu fico "Ok, vou dar o meu melhor, não pode ser tão difícil assim". Geralmente, eu vou muito bem e as pessoas se surpreendem. Eu acabo muitas vezes no papel do azarão, aquele que ninguém dava nada e vence o jogo.

Não é exatamente falsa modéstia. É avisar para os outros que eu posso ser ruim. Acabou que não tive problema algum em dividir a raia, só os problemas de sempre de não saber respirar na hora certa e engolir muita água. Mais um dia normal na natação.

Não somos tão maravilhosos assim

$
0
0
Desde que eu adotei o lema "Faça Coisas, Viva Pessoas", eu tenho conversado demais. Quando eu comentei que gosto de receber e-mails e algumas pessoas ótimas se arriscaram a puxar papo, conversei ainda mais. Eu gosto de ouvir histórias, de encarar o comportamento humano, de tentar entender principalmente as pessoas que não agem como eu.

Daí que rola muito papo. Eu fico sabendo do chefe autoritário, da namorada fria, do pai preconceituoso, da mãe surperprotetora que se acha dona da razão e outros pequenos vilões do mundo moderno. Todo mundo tem um problema, né? Sempre tem aquele dementador pra ser vencido todo dia. As pessoas desabafam suas histórias e tudo que dá vontade de fazer é dar um abraço. Dá vontade de salvar. Dá vontade de bater na porta do dementador alheio e, meu filho, como é que é?

Só que eu percebi que é estranho. Eu só conheço as pessoas oprimidas, só bato papo com o Harry Potter. Eu nunca tive a chance de conversar com um dementador e dizer, meu filho, como é que é? As pessoas que eu conheço são todas sensatas e maravilhosas. Será que gente opressora não desabafa? Não manda e-mail? Não chama no whatsapp? Ou será que elas começam suas histórias assim "Fiz a vida do meu funcionário um inferno mesmo kkkkk"?

A verdade é que eu acho que elas reclamam dos próprios dementadores. O chefe autoritário desabafa sobre o funcionário folgado. A namorada fria reclama do namorado carente. O pai preconceituoso sofre com os filhos que não têm nada na cabeça. A mãe superprotetora corta um dobrado com a filha rebelde. Parece que o jogo virou, não é mesmo?


Gente, tenho uma coisa pra contar: não somos tão maravilhosos assim. A gente erra também. Somos irritantes, por vezes implicantes, não damos o braço a torcer. Às vezes, a gente sabe ser bem sonso. Raramente alguém desabafa criticando a si mesmo, e olha que eu estou falando de mim também. Tem gente que até reconhece uma pequena parcela de culpa, mas a outra pessoa com certeza é mais culpada. É tudo questão de empatia. A mesma história pode ser contada por vários pontos de vista e pode parecer muito diferente dependendo de onde estamos olhando. Numa conversa informal, a gente fica sabendo de apenas um lado da história, um lado meio maquiado pela pessoa que conta.

E quem conta nem faz por mal. Geralmente, é o único lado que ela consegue enxergar. Se existisse um jeito de fazer todo mundo enxergar o TODO... Às vezes, eu fico só escutando. Às vezes, eu faço o advogado do diabo e meio que defendo o dementador. Às vezes, eu só lanço um monte de perguntas, "Será que essa pessoa te ODEIA mesmo? Por qual motivo?", e deixo a pessoa se situar sozinha.

Acho que o caminho é todo mundo tomar um chá de empatia e ver no que dá.

***

Posso deixar aqui casualmente uns motivos para você compartilhar esse texto?

1) Você também acha que chá de empatia é um bom caminho para a humanidade
2) Ou você ficou, nossa, não é que eu faço isso mesmo de sempre criticar os outros e acha que mais pessoas podem se identificar com isso
3) Ou você tem amigos que estão exatamente nessa situação de complexo de Harry Potter quando está mais do que na cara de que eles, na verdade, são os dementadores da história
4) Ou você é uma pessoa iluminada que só quer fazer esse blogueiro aqui feliz

Ajuda eu!

Pânico no vestiário

$
0
0
Preciso confessar que já era de se esperar que eu pagasse um mico real na natação. Quer dizer, eu seguia me preparando psicologicamente para, além da minha total falta de coordenação motora na água, a minha sunga sair quando eu pegasse um impulso na borda da piscina ou eu bater de cabeça na escada por nadar completamente cego e sem direção ou ainda, sei lá, fazer um xixi involuntário e um produto químico na água me denunciar. Eu me foquei muito em não passar vergonha na piscina. Mas adiantou para escapar dos roteiristas sádicos da minha vida? NÃO ADIANTOU.

Quando eu me matriculei na natação, achei que 40 min de aula eram bem pouca coisa para me custar noventa dinheiros. Por que não 1h? Mas, amigos, eu era inocente. Dá meia hora de aula e eu, pessoa com zero condicionamento físico, já estou ME DEIXEM SAIR DAQUI, PLMDDS, ALGUÉM ME CARREGA. Uma hora inteira na piscina e vocês já podiam me enterrar ali mesmo. Digo isso apenas para vocês entenderem o meu estado físico (queria estar morta) e mental (sério, gente, tem um desgaste emocional depois de um dia de 0% de progresso). Daí que eu fui para o vestiário.

Eu não conheço nenhum daqueles caras. Eu entro na piscina e falo exclusivamente com o professor. E, tipo, eu faço natação à noite. Todo mundo usa touca e óculos de natação. Se eu passo do lado daquelas pessoas na rua de dia, eu nem vou reconhecer. O Barack Obama podia estar nadando na raia ao lado da minha que eu não ia saber. E não é uma coisa só minha: Ninguém se fala no vestiário. Às vezes, rola um "boa noite", mas só, de modos que, apesar de zero roupas, a gente não tem intimidade. Favor não dar corda para o duplo sentido, mas a gente mostra as bundas antes de dizer os nomes, é um mundo complexo.

Mas enfim. Estava eu tomando banho já pensando na minha cama. Os chuveiros possuem divisórias, mas não há portas. Imagine vários chuveiros lado a lado e uns muros menores que uma pessoa entre eles. Na frente dos muros, ficam ganchos onde eu penduro a toalha. Eu estava num chuveiro do meio, entre dois muros, então coloquei minha toalha no gancho da esquerda. Ambos chuveiros ao meu lado estavam ocupados.

Gente, estava indo tudo bem, era só mais uma noite de nadar, tomar banho com desconhecidos e voar pra casa direto pra cama, porém, ACONTECEU.



Terminei o banho, desliguei o chuveiro, peguei a toalha, me sequei ainda no "box". Passei a toalha na cabeça, no rosto e, ué, que toalha esquisita... Estava meio que arranhando meu rosto. Assim, estava diferente, parecia um tecido diferente. Quando eu notei que raios era aquilo na minha mão... Era uma toalha. Beleza, né. 

Porém: NÃO ERA A MINHA TOALHA.

NÃO ERA A MINHA TOALHAAAAA!!!

EU ME SEQUEI COM TOALHA DOZOTRO. MEU DEUS, MEU DEUS, MEU DEUS. DE ONDE ISSO VEIO???

Sabe aquele momento em que você entra em contato com o seu interior e "PELO AMOR DO DEUS VIVO, QUAL É O SEU PROBLEMA?"? Então. Olhei imediatamente para os fulanos ao lado pra ver se alguém me encarava com sangue nos olhos, mas, não, estava todo mundo de boinha ainda tomando banho. O pior era que eu NÃO FAZIA IDEIA de onde eu tinha pegado a toalha. Gente, juro, pegar a toalha alheia foi um movimento tão automático do meu corpo que acho que meu cérebro nem sentiu. Eu queria devolver a toalha para seu lugar de origem, MAS EU NÃO SABIA DE ONDE ERA. O pânico batendo, a toalha podia ser de qualquer um dos dois do meu lado, eu quase olhei para o teto e gritei POR QUÊEEEEE???

Num ato completamente random, eu coloquei a toalha usada num gancho qualquer, fiz o ninja saindo dali e me vesti em tempo recorde, mas COM CUIDADO pra não vestir cueca de ninguém. Depois da toalha, eu me sentia capaz de todo tipo de gafe. Fiquei o tempo todo O DONO VIU, ALGUÉM VIU, ELE ESTÁ ME ENCARANDO, A MINHA CARA TÁ VERMELHA, EU QUERO PEDIR PERDÃO PELO MEU PECADO.

Alguém naquele vestiário se secou com uma toalha misteriosamente molhada. Eu descobri quem? Não descobri (MAS, CARA, ME DESCULPA, SÉRIÃO). Só sei que eu ainda estou vivo para confessar que, meu deus do céu, que desastre humano do caramba.

5 coisas que não dou a mínima

$
0
0
Antes de tudo, eu quero deixar bem claro que eu não tenho NADA CONTRA quem curte os itens da lista, até tenho amigos que são, eles só não estão entre as minhas prioridades de vida. Entendemos isso? Então ok.

#1 - Roupa de marca:Às vezes, eu canso das lojas de departamentos e, num surto, E ESSA LOJA OBSCURA AQUI NO SHOPPING QUE EU NUNCA ENTREI? Mas a insanidade não passa da vitrine, porque é só olhar para os manequins e ver que tem alguma coisa muito errada acontecendo ali. Uma camisa branca, sem desenho nem nada, ostentando o lindo valor de OITENTA REAIS. Gente, não faz sentido. Ah, mas é de melhor qualidade. Dá pra comprar quatro camisas idênticas numa C&A da vida! Você quer que suas roupas meio que durem quantas reencarnações? Se a roupa for realmente bonita e boa, eu até levo, mas jamais que eu vou comprar só porque diz na etiqueta que é da marca Os Olhos Da Cara™. Me dá até uma pena quando vejo galera comprando roupas e calçados horríveis só por causa da marca. Pior ainda quando a pessoa não está podendo gastar dinheiro assim.


#2 - Autógrafos: É um rabisco que uma pessoa faz. Ainda que seja uma pessoa talentosíssima, é um rabisco, gente. Sem mais.

Mesmo esse.


#3 - Carro: Nunca teve um carro na minha família, um que eu pudesse chegar perto quando ninguém estivesse vendo para estudar como a coisa toda funciona. Sinto vergonha de sentar na frente, não saber usar o cinto de segurança, não saber abrir/fechar o vidro e a porta. Nunca sou tão bicho do mato quando estou dentro de um carro. Além disso, gente, meio que caguei pra carro? Eu gosto de transporte público. Gosto de ir lendo, vendo séries, dormindo. Sem contar que acho uma GRANDE RESPONSABILIDADE estar de posse de uma máquina que pode matar pessoas. E os custos! Muitos custos. E o fator Você nem tinha que estar aqui, linda. Como eu disse, nada contra quem tem. Inclusive, usufruo demais quando alguém aparece pra me dar carona. Pegar carona é o melhor de dois mundos.

Caguei.
(E lembrei deste causo)


#4 - Signos: Nem sei se astrologia configura uma ciência verdadeira, mas, gente, temos só 12 signos. 7 bilhões de pessoas no mundo separadas em 12 signos! Beleza que tem as luas e os ascendentes pra dar uma diferenciada marota, mas ainda assim. O melhor é que há pessoas que realmente acreditam! Não é ironia, não estou zombando (muito). É aquele tipo de coisa que jamais funcionaria comigo, mas miraculosamente funciona para outras pessoas. Adoro ouvir gente conversando sobre signos. É fascinante.

Fonte


#5 - Bebês: Talvez, um assunto polêmico, pois bebês não são exatamente coisas, né? Acho fofinho? Acho. Mas só isso, gente. Chega uma hora que NÃO DÁ MAIS pra fingir que o bebê é interessante. Não é o bebê mais lindo (todos são iguais), não é a cara de ninguém, não é o mais inteligente, é só um bebê. Eu vejo uma pessoinha com muito potencial, mas que, no momento, apenas baba e fica de boinha. Não é exatamente a definição de legal. Até escrevi anos atrás sobre como seria encontrar um bebê realmente interessante no WattPad (quem lembra?)

 Outro bebê realmente interessante

***

Ninguém disse que eu podia, mas eu catei essa tag que vi no Não Tomo Café. Relaxa que vocês terão 100 anos de perdão se catarem de mim também.

Bestinha assim

$
0
0
Tem umas coisas que, quando a gente nasce, já caem em cima da gente. Todo bebê em condições normais já nasce com um destino traçado, tendo que correr atrás dos objetivos que Todo Mundo Tem Que. A gente mal tem tempo de saber se realmente quer aquelas coisas na nossa vida, ninguém pergunta. Quando a gente percebe, já estamos no meio da corrida. Estamos até chorando por uma coisa que, pra começo de conversa, nem foi a gente que escolheu.

Vocês sabem: Casamento, formar uma família, ter pelo menos um diploma de faculdade, ter um emprego que paga muito bem, estabilidade financeira, ter seu próprio carro, sua casa própria, uma vida social agitada, bancar viagens para o exterior. Todo Mundo Tem Que.


E, gente, é fácil? Não é fácil? Olha o tempo que leva pra se formar numa faculdade. Olha quanto custa uma casa própria. E a responsabilidade de entrar num casamento e formar uma família? Disso ninguém fala, né? Tudo na vida tem um custo-benefício e nem sempre compensa. Nem tudo que dizem ser bom vai funcionar para todos.

Eu tenho uma noção de felicidade muito bestinha. Eu só quero ganhar mais do que eu gasto. Eu não quero receber vários dinheiros se, pra isso, eu tenha que fazer uma coisa que eu odeie ou suportar um estresse sem tamanho. Eu não acho graça em viajar, ainda mais para o exterior. Eu passo longe de carro, não dou a mínima. Gosto muito de gente, mas a ideia de sair de casa todo dia quase que me mata. A ideia de ter que arrumar alguém pra namorar só porque estou "na idade pra casar" me aporrinha ainda mais.

Não quero ter uma mansão, quero morar numa casa com quintal, e só. Quero achar o equilíbrio entre gostar do que faço e poder me sustentar com o que ganho. Quero escrever livros que passem alguma mensagem positiva. Quero sentir que eu fiz as mudanças certas e não fiquei me contentando com situações modorrentas. Quero mudar o mundo um pouquinho ao redor. Eu sou bestinha assim.

Nada contra correr atrás das coisas que Todo Mundo Tem Que™, mas pensa bem no que você está fazendo, porque vai ser um saco chegar lá na frente e descobrir que nada daquilo tem a ver com a sua pessoa. E vida você só tem uma.

A gente não sabe de nada

$
0
0
A maioria das pessoas tem uma vida comum como a minha. Tem gente que vai pra escola, gente que está na faculdade, alguns decidiram ir um pouco além, mas, no fim do dia, todo mundo está saindo de casa para estudar/trabalhar, voltar cansado, dormir mal, finalizando um dia feliz ou nem tão feliz assim. Ou seja, esse parece ser meio que o modelo de vida de grande parte das pessoas que querem ter o seu próprio dinheiro e não nasceram ricas. A gente tem até medo de pensar no que acontece quando não nos encaixamos nesse padrão. O que acontece se eu parar de estudar? E se eu não conseguir emprego nenhum?
Acompanhem a paranoia: Eu comecei a pensar em pessoas que vivem uma realidade diferente dessa com a qual estamos acostumados. Além das pessoas ricas comuns, além dos artistas. Mas sem ir tão longe a ponto de investigar outras culturas que não a ocidental.

Daí eu reparei que o nosso mundo é muito louco. Quer dizer, A GENTE NÃO SABE DE NADA.


Um desafio misterioso foi postado na internet em 2012. Aparentemente, uma empresa chamada Cicada 3301 estava recrutando pessoas, mas queria apenas os mais inteligentes, ou seja, quem conseguisse desvendar a série de enigmas. O mesmo aconteceu nos anos de 2013, 2014 e 2015. Eu só fiquei sabendo disso há um mês atrás, mas parece que esse é um dos grandes mistérios da internet. Muitos fóruns se movimentaram pra decifrar os enigmas e algumas pessoas alegaram ter chegado ao fim do jogo. A lindeza é que essas pessoas desapareceram. SUMIRAM. Nunca mais deram as caras na internet. Como isso pode existir no mesmo mundo que eu, eu não sei. Quem controla isso? Pra onde foram as pessoas gênias? Como é esse trabalho tão misterioso? Um vídeo sobre isso caso alguém tenha interesse.

Outra coisa são as sociedades secretas. Tipo, a identidade dos membros pode ser secreta, mas há fatos que comprovam a existência desse tipo de sociedade. Elas possuem muitas das vezes nomes e sobrenomes. Gente, como é essa vida de um grupo de pessoas se ajudando mutuamente no anonimato? Ou trabalhando secretamente em prol de um objetivo em comum que pode ser um tanto obscuro? O QUE ESSA GENTE FAZ? Eu já fico besta em imaginar os Illuminati que, segundo as teorias da conspiração, manipulam a mídia, os grandes acontecimentos, os surtos de doença... Daí você para pra pensar e é bem provável, né? A gente vê os vilões dos filmes sempre sedentos em dominar o mundo e nem pensa nos Illuminati rindo da nossa cara.


Eu poderia alongar esse texto pra sempre falando daquele filme HORROROSO, NÃO PESQUISEM SOBRE A Centopeia Humana e sua relação com a deep web, de pessoas que moram em porões, dos Amish, dos monges no Brasil, de comunidades naturistas, de trabalho escravo e de profissões não muito ortodoxas, mas, no meio desse horror e fascínio, uma coisa fica clara: a gente realmente não sabe de nada que acontece por aí.

Enquanto eu estou indo de casa pro trabalho e do trabalho pra casa com uma ou outra aventura ocasional, tendo uma vida bestinha assim, tem gente com prioridades TOTALMENTE diferentes! Gente vivendo um filme de Hollywood, seja de suspense, ação ou terror.

Se eu deito na cama pensando nisso, nem durmo mais.

Vamos marcar

$
0
0
Encontrei com um ex quase colega na rua vindo diretamente de um passado remoto. A gente já não era grandes coisas naqueeela época, mas ainda sabíamos nossos nomes e de onde nos conhecíamos, então a situação não foi tão ruim. Até levamos um papo de pessoas que estão genuinamente contentes em se encontrar depois de tanto tempo, eu estava quase acreditando.


Obviamente, ele conduziu a conversa para o clichê do Vamos Marcar (aquilo que pessoas que não querem mais se ver dizem por educação), o que significava que ele queria ir embora sem peso na consciência. Gente, se eu estou marcando e quero realmente que aconteça, já pergunto dia e hora. Amanhã? Sábado que vem está bom pra você? Porque, no dia seguinte, eu já não tenho coragem de entrar em contato e fazer um convite pra uma coisa que eu nem sei se a outra pessoa realmente quer. Mas, beleza, vida que segue. Daí ele forçou a barra um pouquinho mais:

- Cara, me adiciona lá no Facebook! Eu estava mesmo querendo falar com você, te procurei, mas não te encontrei. Você sumiu! Vamos bater um papo por lá.

Então, eu tive que ir (de verdade, gente), nos despedimos e terminou assim. Quando eu cheguei em casa, fui dar uma olhada no Facebook e lembrei do conhecido. Por que não? Eu vivo mesmo sempre dizendo que preciso conhecer mais gente, me conectar mais com as pessoas e tal. Digitei nome e sobrenome na busca, encontrei o perfil com bastante facilidade.

Fui adicionar como amigo, mas dei uma olhada na página do perfil e desisti.

Desisti porque, risos, já éramos amigos.

AMANDA PALMER, ME BEIJA

$
0
0
Não sei se vocês perceberam que eu comecei a ler o livro da Amanda Palmer.






Ainda nem terminei, gente, mas tá aqui, ó, PULSANDO DENTRO DE MIM. Eu tô virado na Amanda Palmer. As minhas conversas estão todas começando com "Nossa, falando nisso, eu li no livro da Amanda Palmer que...". 5 minutos falando comigo, e a pessoa despreparada já fica de saco cheio da Amanda Palmer pelas próximas quinze reencarnações, assim como vocês já devem estar ficando agora devido a repetição incessante de nome e sobrenome da Amanda Palmer nesse texto que não tem nem dez linhas ainda.

É MAIS FORTE DO QUE EU.

Eu tentei escrever um texto sobre meu encontro com esse livro algumas vezes, mas não sabia como abordar o assunto aqui. Na primeira vez, meu texto saiu meio que assim:

AMANDA PALMER,  AMANDA PALMER,  AMANDA PALMER,  AMANDA PALMER,  AMANDA PALMER,  AMANDA PALMER,  AMANDA PALMER,  AMANDA PALMER.

Não estava ficando muito bom. E também tem várias referências recursivas. Eu já grifei o livro numa dúzia de trechos e, sempre que tento citar um para o mundo conhecer, eu fico Ah, mas preciso falar daquela outra parte primeiro, daí eu foco na outra parte e Ah, mas seria muito bom citar aquela outra. Daí eu vou e... Vocês entenderam. Vamos só no coração mesmo que o cérebro não está ajudando.

A Arte de Pedir, QUE EU NEM TERMINEI (preciso frisar novamente), já é meu livro favorito. Até Um Dia, que, caramba, me fez viver uma semana sem vergonha, tentar mudar o mundo um pouquinho ao meu redor E CONTA A HISTÓRIA DOS MEUS ANIVERSÁRIOS (!!!) parece desaplaudido perto do que eu estou sentindo com Amanda Palmer.

Nem consigo recomendar para vocês. Para gostar tanto quanto eu, vocês precisariam ser eu. A Arte de Pedir, apesar do título ~marketado~, não é sobre regras para pessoas aprenderem a pedir. Não é sobre ensinar manipulação ou algo assim.

A Arte de Pedir é sobre como a Amanda Palmer é muito mais influente e eloquente do que eu pregando a mensagem que eu tatuaria na cara de vocês se me permitissem: EMPATIA. AMOR GRATUITO. VOCÊ ESTÁ CERCADO POR PESSOAS. CONECTE-SE COM ELAS. Mande amor para o universo que ele vai te amar de alguma forma também APLAUDA O SOL PELA MANHÃ mentira, essa eu inventei

Eu estou me vendo todinho ali. A Amanda Gente, eu não consigo falar só Amanda Palmer é, sei lá, meu spirit animal. Estou vendo sair da boca de outra pessoa (que eu nem conhecia antes do livro), no formato de histórias reais e metáforas MARAVILHOSAS, coisa nas quais eu SEMPRE ACREDITEI. Eu acredito no poder de pessoas unidas fazendo coisas incríveis. Eu escolhi acreditar. A Arte de Pedir não está me contando nenhuma novidade, mas me mostrando com fatos e muita lindeza a força REAL que um ser humano gera quando fica perto de outro e diz sem palavras: Estou te vendo. Eu sei que você existe. Quando é recíproco então, aí é só festa. Empatia é quase amor uma ova, empatia É AMOR.

Preciso confiar nas pessoas, Renato

$
0
0


Estava eu ensaiando para minha performance no karaokê (experiências!), o que, de cara, já está completamente errado, pois não se ensaia para cantar em karaokê, apenas seguramos na mão de Deus e vamos como se não houvesse dignidade amanhã, quando cheguei na música do Renato Russo. Lembram que eu estava pedindo sugestões no Twitter, por motivos de ser uma negação em música?



Daí que no meio disso eu puxei o Renato Russo da cartola e fui ver se rolava cantar Mais Uma Vez. Eu gostava platonicamente dessa música. Acho a melodia gostosa, mas cadê que sei a letra? Fui ouvir com atenção, já sabendo das good vibes de Quem Acredita Sempre Alcança™, mas aí...


Tem gente que está do mesmo lado que você
Mas deveria estar do lado de lá
Tem gente que machuca os outros
Tem gente que não sabe amar
Tem gente enganando a gente
Veja a nossa vida como está
Mas eu sei que um dia a gente aprende
Se você quiser alguém em quem confiar
Confie em si mesmo 

Olha, Renato, sinceramente... Não poderia ter menos a ver comigo. Não causa exatamente o clima que a gente quer numa noite de karaokê também. Eu fiquei com vontade de voltar no tempo para o momento em que Renato Russo estava compondo esta música (se ele não é o compositor, finjam que é para esse texto poder prosseguir) apenas para dar um abraço e dizer: RENATO, PLMDDS, COMO SE VIVE ASSIM?

Porque eu não sei viver sem confiar nas pessoas. Eu preciso confiar nelas e torço muito pra que elas confiem em mim. 

Mas, aparentemente, esse não é o único caminho. Nem sempre as pessoas vivem confiando. Muito pelo contrário, tá aí Renato Russo fazendo escola desde 1987 (Agradeço Wikipédia por essa informação, mas cadê que dou dinheiro pra manter o site?). Eu, na verdade, sou da resistência. Meio triste até.

***

A equipe técnica responsável pelo webmail do trabalho agendou uma migração para um servidor melhor e avisou a todos dia/hora que ia acontecer. Todos os e-mails estariam seguros, salvos e disponibilizados na casa nova assim que a migração acabasse. Todos os meus colegas de trabalho ficaram uma hora fazendo backup do que eles consideravam importante, e eu fiquei: Gente? Eles disseram que vai estar tudo lá quando a migração terminar, vocês estão perdendo esse tempo pra quê? E eles: E você vai confiar nessas pessoas? E eu: VOU, NÉ? oO

Porque, gente, que mundo é esse que eu não posso confiar na equipe técnica especializada em webmail para mexer em coisas referentes ao webmail? Se eu não posso confiar neles, eu confio em quem?

***

Eu simplesmente me jogo. Muito se fala em conquistar a confiança de alguém, em ganhar a confiança. Eu dou. Eu conheço a pessoa e falo: "Toma aqui, ó, minha confiança, cuida bem". Se ela não quiser usar, se ela ignorar, aí já é problema dela. Se ela quebrar a confiança, é problema meu, mas daí eu cato os cacos e vai demorar um pouquinho pra restaurar a coisa toda.

Tem gente que machuca os outros? Tem. Tem gente que não sabe amar? Nem a si próprio, tem. Tem gente enganando a gente? Os Illuminati tão sempre aí, né. Mas chega um dia em que a gente aprende que... Bom, aí vai de cada pessoa. O Renato Russo escolheu ficar paranoico com quem tá do lado de cá, mas deveria estar do lado de lá. Eu escolhi confiar nas pessoas e ficar amigo delas.

Não estou dizendo que o meu jeito é melhor. Quer dizer, estou, sim. Dizendo que é melhor PRA MIM. Porque, se eu chego com desconfiança, além de um déficit na sanidade mental, do estresse, da solidão e de um tempo precioso investido em se armar contras as pessoas que estavam só ali de boas, eu gero mais desconfiança. Você não confia na pessoa, ela sente e retribui a desconfiança. Você não se dá, não se doa, o outro se retrai também, aí rola um ciclo. Acho um PORRE, porque podia estar todo mundo usando essa energia para, sei lá, ir à praia junto e tomar água de coco.

Eu sei o que o Team Renato diz: Já sofreram demais, a humanidade é um pedaço imenso de cocô, ninguém presta, todo mundo gira em torno do próprio umbigo, um bando de psicopata etc. E, olha, gente, não invalido essa opinião. É a vivência de vocês, a forma de ver o mundo e tal. Se está aí funcionando bem, quem sou eu?

Só queria dizer que, de certa forma, nós sempre confiamos cegamente em alguém. Eu, pelo menos, pego ônibus todo dia sem medo nenhum. Confio que o motorista saiba o caminho, confio que ele não vai saltar de um viaduto e matar todo mundo (nada impede, já aconteceu). Eu não verifico os antecedentes dele, não peço as credenciais, não procuro por recomendações... Imagina o trabalho e o atraso de vida? Eu só entro, dou bom dia, sento, vou vendo meus seriados, lendo meus livros, até durmo.

Com as outras pessoas que não estão atrás de um volante de ônibus, eu faço a mesma coisa.

***

Eu confio sempre que alguns vão compartilhar o texto e levá-lo até outras pessoas. É a parte que eu mais gosto, saber que um texto meu está alcançando pessoas que eu nem conheço, sendo guiado por vocês, que são as pessoas para quem eu escrevo.

Se foi bom pra você de alguma forma, me ajuda compartilhando?

Foi flerte?

$
0
0
Fui o último a chegar no Vikings da Tijuca, lugar onde nunca havia posto meus pés, tanto que dei umas duas voltas completas numa praça de nome esquisito antes de achar a rua certa. Daí que vi as meninas na mesa, e estava todo mundo lá: a @cintiamcr, a @almeidarute, a @jufinaflor e a @vanessa_sc. Gente blogueira, gente twitteira, melhor gente.



Muitos não sabem, mas é um momento raríssimo um encontro interestadual de arrobas, então, assim que eu sentei, fiquei meio UAU! TODAS AQUI!
Nesse estado de fascinação e desorientação, fui abordado pelo garçom que, de alguma forma, já tinha me dado o menu e perguntado o que eu iria querer. Eram muitas opções, e o cara ali esperando. Eu quis dizer MOÇO, CALMA, olha a pressão. Mas escolhi.

Uma foto publicada por Cíntia Mara (@cintiamcr) em


Depois de risadas e uma conversa muito agradável, elas chegaram no assunto garçom. Eu não lembro dos diálogos exatos, mas finjam que foi assim:

- E vocês viram que cara bonito?
- O garçom? LINDO!
- Nossa, tô apaixonada.
- E eu também tô, lindo de morrer.
- Pronto, todo mundo da mesa tá apaixonado pelo garçom, menos o Felipe Hahahahahah
- Então, gente, NA VERDADE...

***

Porque, na hora de escolher o que eu queria no menu, eu apontei para um hambúrguer meio aleatoriamente no desespero, o garçom disse "No ponto?", e eu, pensando "Mas, meu deus, eu tenho que escolher tudo? Eu só quero comer, moço, sai daqui, me traz comida, quem eu sou, em que ano estamos?", respondi:

- O que você quiser. Pode escolher por mim, eu confio totalmente em você.

***

- FELIPE, VOCÊ FLERTOU COM O GARÇOM?
- ACHO QUE SIM. FOI FLERTE?
- FOI.
- MEU DEUS.
- HAHAHAHAHAHAH

Flerte involuntário não respeita gênero, orientação sexual, classe social, time de futebol, credos e crenças, NADA. Quando eu me dou conta, já é tarde demais. Flertadores anônimos, me carreguem, pelo amor de Deus, TÁ FICANDO PERIGOSO.

***

Essa não foi a primeira vez que escrevi sobre flertes involuntários (a primeira) e seria ingenuidade demais da minha parte acreditar que será a última. Acho que tenho uma longa carreira flerteira pela frente.

Raspou a cabeça?

$
0
0
Já emendo aqui minhas sinceras desculpas por não ter respondido diretamente a quem perguntou. Na minha cabeça, eu ia ou fazer um vídeo com Love by Grace de fundo musical na cadeira do barbeiro ou tirar uma selfie lá mesmo no salão com o meu novo visual. Eu estava decidido, né, a lista.



Porém, como sempre acontece, ACONTECEU.

Eu tive uma discussão quase séria com a minha mãe a respeito disso. Quase séria porque ela fica indignada, mas eu morro de rir. "EU NÃO VOU TE AMAR MAIS, TÔ AVISANDO", "HAHAHAHAH". Foi uma luta para eu sair de casa. Daí eu cheguei no barbeiro num domingo à tarde - pra quem me informou que salão aberto aos domingos só tem em shopping, pasmem com o fascinante mundo de Nova Iguaçu - e só tinha eu mesmo para ser atendido. Nem rolou um preparo psicológico, já sentei na cadeira.

Nossa, realmente dava para ter feito uma dramatização com Love by Grace.

Mas daí eu encarei o barbeiro, meio nervoso, meio incerto, e expliquei o que eu queria: máquina zero. Ele ficou todo "COMO É QUE É???". Fiquei esperando elogios ao meu cabelo ("Mas seu cabelo é tão bonito! Olha essa cor! E tão sedoso, bem cuidado"), mas, risos, não aconteceram, porque meu cabelo é um ninho de passarinho mesmo. Ele só perguntou se eu não ia chorar depois. Eu fiquei balançado, porque claro que eu ia ficar muito abalado depois, mas estava de boa com isso.

A questão é que eu prezo demais minha sanidade mental e meu estado de espírito Sempre Felizinho. Entrar de cabeça (raspada) num troço arriscado desse podendo cair numa espiral depressiva me pareceu um preço muito alto.

Mas eu não queria desistir. Olhei para o espelho e me pareceu impossível passar a zero logo de cara, então eu disse: "A gente pode tentar passar a máquina um e ver no que dá, né?", e ele "Mas, Felipe... O seu cabelo...", "PELO AMOR DE DEUS, MOÇO, FAZ ALGUMA COISA QUE EU PEÇO".

***


***

Então, eu queria dizer que não fiz exatamente o que eu tinha me proposto. Não consegui. Eu realmente queria raspar a cabeça, mas, na hora, não veio aquela vibe de VAMOS NOS PERMITIR. Daí algumas pessoas me pediram fotos, perguntaram do resultado e tal, e o que eu tenho, fuén, ainda não é o que eu queria. Eu falhei? Era o que eu estava me cobrando até perceber que, amigos, eu não morri, né? E EU DEI UM GRANDE PASSO. Decidi que tá permitido ir devagar, sim. Eu não soube lidar, mas um dia saberei. E vai ser até bom as pessoas irem se acostumando com meu cabelo beeem baixo, porque, quando a máquina zero chegar, o choque será menor. Tanto para mim quanto para vocês.

***

Por motivos óbvios, eu detesto aparecer em fotos, mas vocês não iam sossegar se eu não colocasse uma aqui.


Pois é (Gente, olha que engraçado o formato dessa cabeça! Parece que cortaram um pedaço digitalmente). 

Mas sabe que eu até gostei da aparência? Quer dizer, muito difícil não ser ruivo por algumas semanas, mas achei que fosse ser pior. Eu tô me sentindo um daqueles astros de filme de ação, só que peso pena. E é tão gostosinho passar a mão. Consigo sentir meus dedos gelados no cocuruto. 

***

Então, é isso. Talvez eu deixe crescer mais um pouquinho, talvez eu passe máquina um mais algumas vezes, talvez na próxima eu já raspe totalmente. Quem sabe? Vamos apenas nos permitir fazer qualquer coisa.

Como lidar com uma Pessoa Não Mas

$
0
0
Acho que a vida me ensinou a identificar uma Pessoa Não Mas e a lidar com ela da melhor forma. Pense aí nuns anos de experiência. Você sabe do que eu estou falando. Talvez você seja uma Pessoa Não Mas, e eu estou muito triste por você, mas, caso não seja, você certamente é parente, amigo ou conhecido de uma. É bem provável que você só saiba que aquela pessoa te irrita, mas você não sabe o motivo. Eu vou te dizer: Ela é uma Pessoa Não Mas.


A Pessoa Não Mas nunca erra. Quer dizer, ela nunca admite que errou, mesmo o universo inteiro apontando que ela fez uma cagada imensa. Podem encontrar um desafeto DELA enterrado no quintal DELA com todas as impressões digitais DELA e um vídeo com o momento exato do assassinato que mostra ELA esfaqueando a outra pessoa, mas a Pessoa Não Mas vai ter uma explicação para dar. A Pessoa Não Mas está sempre na defensiva. Não ficou claro ainda? Acompanhe o diálogo fictício, mas que todo dia acontece com quem convive com uma Pessoa Não Mas:

- Fulano, você escreveu a data de hoje errada.
- Não, tá certa.
- Tá não, você escreveu a data de ontem.
- Não, mas era pra escrever a data de ontem.
- Era a de hoje mesmo.
- Não, mas me disseram que era a de ontem.
- Ninguém disse isso.
- Não, mas acho que na hora que eu escrevi era ontem ainda.
- Você acabou de escrever.
- Não, mas me ensinaram assim.
- TÁ ERRADO.
- Não, mas se você quiser pôr a data de hoje...

Percebam como uma Pessoa Não Mas é irritante. Não se entra num debate com uma Pessoa Não Mas, porque elas nunca vão mudar de ideia. Você pode provar que está certo, mas ela nunca vai dar o braço a torcer. Até quando ela se toca do erro e passa a concordar com o que você diz, ela dá um jeito de se livrar. Chega a dar mais nervoso ainda quando:

- É claro que o céu é verde com bolinhas roxas.
- Pessoa Não Mas, o céu é azul, tá doida? Olha ali, aquela cor é azul. E nem tem bolinha nenhuma.
- Então, foi o que eu disse.
- Você disse verde com roxo.
- Não, mas eu dei a entender que estava falando de azul mesmo.
- Verde. Com. Roxo.
- Não, mas você que entendeu isso. Eu disse que era azul mesmo.

O mais triste é que, de alguma forma, essas pessoas estão em todo canto. É só olhar essas empresas que fazem campanhas cagadíssimas, daí os consumidores reclamam e elas se "desculpam" argumentando que as pessoas (todas) entenderam errado, que aquilo não bate com os valores da empresa, que é uma pena que alguns (todos) tenham se sentido ofendidos... Certamente, tem uma Pessoa Não Mas por trás dessas respostas.

***

Como lidar com uma Pessoa Não Mas:


- É claro que o céu é verde com bolinhas roxas.
- Pessoa Não Mas, o céu é azul, tá doida? Olha ali, aquela cor é azul. E nem tem bolinha nenhuma.
- Então, foi o que eu disse.
- Tá bom, tchau

¯\_(ツ)_/¯

 

Parece uma derrota, mas juro que você ganha em qualidade de vida.

***

Como não ser uma Pessoa Não Mas: ASSUMA SEUS ERROS, CARAMBA. Ninguém é perfeito. Eu não sei por que as pessoas sabem disso, mas continuam fingindo que são. É tão mais sadio reconhecer o erro e aprender com ele. "Errei a data mesmo! Obrigado por avisar", "Nossa, eu jurava que era verde e roxo Hahahah É azul mesmo", "Estávamos realmente perpetuando um preconceito, muito obrigado por nos informar, agora entendemos melhor os nossos consumidores" (vou dar um mortal pra trás no dia em que ver essa).

Erros vão acontecer, por maior que seja o cuidado que você toma. Alguma hora terá um deslize, vão te informar desse erro e você tem que escolher entre assumir (e passar uma vergonha básica, mas que não vai te matar) ou ser um mala irritante, uma Pessoa Não Mas.

***

Se você gosta do que eu escrevo e gostou desse texto especificamente, você pode me retribuir com amor compartilhando-o nas suas redes sociais? Um link no seu Facebook ou na sua timeline do Twitter já tem um poder enorme se uma pessoa chegar aqui através dele. Sério!

Só não perca seu tempo mostrando esse texto para uma Pessoa Não Mas e dizendo "Aqui, Pessoa, tudinho que você faz", porque ela nunca vai se enxergar.

Bomba no metrô

$
0
0
Estava eu no metrô muito empolgado após assistir um dos melhores episódios de Survivor, faltando umas três estações para eu descer. Perto de mim, notei que pessoas faziam um certo burburinho. Tinha uma mochila abandonada no chão e parecia estar vazando água.

- Moço, a sua mochila está vazando - Alguém disse.
- Não é minha não - O moço respondeu.
- Ué.
- Também achei que fosse dele - Uma terceira pessoa disse - Ah! Deve ser daquela mulher que estava aí agorinha, mas já saltou. Coitada.
- Vai ver é uma bomba
- Hahahahahahah

As pessoas falando e falando sobre a mochila perdida, e eu só pensando que a cada segundo a dona estava cada vez mais longe e com menos chance de alcançar de volta seus pertences. Lembrei de Achados e Perdidos. Era só levar até lá ou eu mesmo tentar devolver, sei lá, vai que tem um celular ali, uma carteira com endereço, coisas assim.


E acredita que eu realmente considerei a bomba? Seria tipo a season finale da sitcom que é a minha vida ou, quem sabe, a series finale, se eu morresse. Daí me deu mais vontade ainda de tirar dali. Uma bomba mataria menos pessoas numa estação vazia às 6h do que num vagão lotado. Eu achava. Façam as contas aí.

Então, assim que chegou na minha estação, eu disse:

- Ok, pessoal, vou tirar essa bomba daqui.

Todo mundo riu, eu saí com a mochila. Olhei para os dois lados para ver se tinha algum guarda por perto. Eu não sabia exatamente onde entregar, mas tinha que ter um Achados e Perdidos, né?

Eu acho que falhei como adulto de verdade ali. Porque eu deveria procurar o lugar, mas eu estava tão curioso que, veja a inocência, coloquei a mochila num banco da estação e abri um dos bolsos. Não vi nada do que tinha nos bolsos, porque um senhor VINDO DO ALÉM se materializou ali berrando:

- VC TÁ MALUCO DE PEGAR A MINHA BOLSAAAAAA??? ACHA QUE EU SOU OTÁRIO? ACHA QUE EU NÃO TE VI?
- Moço, eu só...
- MINHA BOLSAAAAA

Eu tentei explicar, mas ele estava todo NÃO QUERO SABEEER que eu deixei pra lá. Eu entendi completamente o lado dele. Imagina, você está de boa no metrô indo para o seu trabalho, daí vem alguém sorrateiramente E ROUBA SUA BOLSA. Ele estava nervoso, eu até achei que fosse apanhar. Pedi desculpas, mas duvido que ela tenha confiado em mim, um cara estranho que carrega bolsas no metrô. Eu não tinha como provar que eu era eu. Tipo, eu. Ele me devolveu um ESQUECE ISSO, e eu saí.

***

Não esqueci coisa nenhuma, né? Tanto que estou aqui contando para vocês e isso já faz dois dias. Naquele dia, eu cheguei no trabalho meio arrasado por dentro, porque uma pessoa não confiou em mim. Lembram que eu já falei sobre confiança e que gosto de confiar nas pessoas? Uma coisa que eu não comentei é que gosto ainda mais quando confiam em mim. Eu sou a pessoa mais confiável que eu conheço, sérião. Eu tento ser o mais transparente possível para que as pessoas consigam enxergam que realmente podem contar comigo, principalmente quando estou dizendo que elas podem.

Talvez, vocês podem estar pensando: Viu só? Quer fazer o bem e só se ferra. Tentar ajudar não dá em nada. A minha cabeça funciona um pouquinho diferente, porque eu saí atordoado daquela estação como se uma bomba tivesse explodido mesmo, pensando que, meu deus, eu preciso confiar MAIS nas pessoas, porque não desejo essa desconfiança pra ninguém.

Por uma caixa de entrada mais feliz

$
0
0

Quando eu comentei aqui no blog que dou meu reino por e-mails pessoais, fiquei muito feliz por receber mais alguns (vocês <3). Por outro lado, fiquei perplexo com algumas pessoas que me disseram que também gostavam de receber, mas - MOMENTOS DE TENSÃO - só recebiam spam.

GENTE, COMO ASSIM?

Um dia em que eu não recebo e-mails com assuntos aleatórios é um dia triste. Daí que, num momento de forte possessão espiritual inspiração por Amanda Palmer, eu fiquei pensando que precisava me conectar mais com as pessoas, conhecer mais realidades, ter mais empatia. Então, resolvi unir o útil ao muito agradável e construir mais uma ponte entre mim, que escrevo aqui, e vocês, que com sorte estão me lendo nesse exato momento.

~ POR UMA CAIXA DE ENTRADA MAIS FELIZ ~

Como funciona: Você põe seu e-mail aí, e eu te envio uma mensagem pessoal. Fim. Todos felizes. Fé na humanidade restaurada.

Como realmente funciona: Você cadastra seu e-mail no formulário, seleciona em ordem de interesse até 3 dos 8 temas que eu pré-defini para um começo decente de conversa e, então, aguarda e confia. Como a ideia é tentar unir pessoas, é provável que eu ponha uma dupla ou trio como destinatários de um e-mail, onde todos os envolvidos certamente terão demonstrado interesse num mesmo tema. Nada impede de eu mandar um e-mail individual também. Vai do meu humor, instinto e do conhecimento que eu já tenho sobre quem lê esse blog.

Eu não vou: montar uma lista com os e-mails enviados para usar como bem entender. Não vou enviar newsletter, nem spam, nem notícias, nem nada, exceto 1 e-mail pessoal e os demais que possivelmente acontecerão nessa mesma conversa.

Você tem que: confiar em mim e nas pessoas que eu, talvez, coloque junto com você numa conversa.

Se você não quiser participar: Não tem problema, vida que segue. Continuarei enviando e/ou respondendo e-mails como sempre fiz.


~ TÓPICOS DE CONVERSA ~

1) Meu pai, seu pai: Eu falo pouquíssimo do meu pai no blog e escuto ainda menos do pai de vocês. Adoraria trocar figurinhas com vocês, até porque eu estou num dilema com meu progenitor e ainda não sei a solução.

2) Minha mãe, sua mãe: Da minha mãe eu já falo bem mais, mas queria tirar a prova final de que mãe só muda mesmo de endereço ou se cada uma tem suas particularidades.

3) Meus irmãos, seus irmãos: Acho fascinante a relação entre irmãos, ainda mais porque é uma coisa que eu não vivo, apenas aprecio de longe. Se minha vida é uma sitcom, minha relação com minhas irmãs é uma novela mexicana e eu gostaria de contar para vocês o porquê. Me ajudem a lidar!

4) Séries de TV: Acho que é meu vício mais recente, mas não me arrependo de nada, pois sei que é o mal do século. Eu vivo procurando pessoas para acompanharem séries de TV junto comigo, porque acho que ter com quem comentar faz TODA DIFERENÇA nessa vida de seriador. Será que somos compatíveis? SE VOCÊ ASSISTE SURVIVOR OU QUER ASSISTIR, POR FAVOR, FALA COMIGO.

5) Livros: Ficaram meio desaplaudidos após a entrada dos seriados na minha vida, mas eu estou sempre com um livro na mochila. SEMPRE. O que você anda lendo? O que você está lendo nesse exato momento? Tá bom? Tá ruim?

6) Escrita criativa: Hoje em dia todo mundo está escrevendo um livro, né? Será que entrei na moda? Mas, ei, eu estou realmente querendo publicar minhas histórias. Estou fazendo o possível, procurando os caminhos, aprendendo mais sobre escrita e planejando alguns projetos. Eu adoro falar sobre escrita e seria muito legal saber o que você anda fazendo nesse sentido também, para trocarmos dicas, ideias e padecermos juntos nessa loucura que é escrever livros. Eu não costumo ler histórias que ainda não foram finalizadas, mas tenho um prazer imenso em avaliar informalmente primeiros capítulos.

7) Igreja evangélica: Eu tenho uma relação estranhíssima com igrejas. Sempre tive, na verdade, mas agora eu acho que alcancei o ápice. Eu amo/sou crente, mas, se eu pudesse, derrubaria tudo e começaria a Igreja do zero. Como é a sua relação com a igreja? E com Deus, partindo do princípio que você é cristão? Eu conheço muita gente que anda insatisfeita com a situação de suas igrejas atuais, então achei útil colocar esse tópico aqui também.

8) Carreira profissional: Nem só de entretenimento vive o ser humano e todo mundo tem que trabalhar. Vocês já se encontraram na carreira profissional? Às vezes, eu me sinto meio perdido. Às vezes, eu tento caminhar na direção oposta da carreira que eu meio que escolhi. Vocês já pensaram em mudar AGORA de carreira? Estão pensando? Vamos conversar sobre isso de trabalhar com o que gosta e/ou gostar do trabalho e vermos onde vai dar.

***

Então, é isso. Se quiser participar, ponha seu nome, seu e-mail e até 3 tópicos de conversa. Se você já é leitor do blog e interage comigo nos comentários e/ou redes sociais, ótimo. Se é dos fantasmas que eu sei que sempre passam por aqui, mas nunca dão oi, sempre tem uma primeira vez para interagir. Se você caiu aqui de paraquedas e acabou de me conhecer, seja bem vindo também, sempre cabe mais um.


Eu não faço ideia de quantas pessoas vão querer participar (não me surpreenderei se 0 pessoas), então não sei dizer quanto tempo vai levar para os e-mails serem enviados. Novamente: Aguarde e confie.

Vem conversar :)

Dois tapas na minha cara

$
0
0
Eu comecei a pedir para vocês compartilharem os textos do blog se realmente gostassem quando eu senti que podia fazer isso. Pensei muito a respeito e, no fim de tudo, ficou apenas um "Por que não?". Lembro de ter hesitado. Ao mesmo tempo que eu achava ser algo totalmente válido, também me parecia ser esquisito. Não chegava a ser como parar o baile e babar, mas quem eu era para pedir alguma coisa?

Meus pedidos funcionaram. O número de acessos ao blog triplicou a partir do momento em que comecei a pedir nos finais de alguns textos. No mês passado, eu até tive a surpresa dos acessos terem QUADRUPLICADO. Eu ainda tenho números tímidos, mas, pra mim, foi como ver mágica acontecer. A gente joga com as peças que tem.

Mas eu ainda ficava meio coisado em pedir. Eu só fui entender o que realmente estava acontecendo quando a Amanda Palmer me explicou tudo por escrito.


Sim, rabisco meus livros

Uma amiga minha, a Rute (<3), assim que comecei a pedir, disse nuns e-mails que trocamos diariamente algo como "Só eu que estou achando o Felipe que nem aqueles youtubers que ficam SE INSCREVAM NO CANAL, CLIQUEM EM GOSTEI, FAÇAM ISSO, FAÇAM AQUILO no final de cada vídeo? Parece meio desesperado". Eu de fato considerei o que ela havia dito, até porque, lá no fundo da mente, eu pensava o mesmo. Aí eu cheguei bem rápido à conclusão de que, bom, eu realmente era igual aos youtubers.

Aí a Amanda Palmer apareceu, deu dois tapas na minha cara e falou: E DAÍ, FELIPE?

O tapa número um foi o que ela diz sobre a troca. Principalmente para quem trabalha com algo criativo (textos, músicas, pinturas etc), o ganho do outro não fica muito evidente, porque nem sempre é um ganho material. É uma experiência, é uma transmissão de pensamentos e até emoções, é algo que geralmente dura pouquíssimo, ainda mais na internet, mas que é bom. Quando uma pessoa ajuda o dono do objeto criativo, ela está retribuindo algo que recebeu de antemão. E ISSO É MUITO NATURAL.

O tapa número dois foi ela dizer várias vezes no livro que as pessoas que se importam com o que você cria QUEREM TE AJUDAR. Às vezes, elas não sabem como ou não sabem do que você realmente precisa. Elas estão dispostas a retribuir, mas, às vezes, é preciso que você diga a elas como elas podem fazer isso da melhor forma. Você precisa criar os caminhos para que cada uma  retribua da forma que puder.

***

Resumindo: Se você gosta do que faz e existe gente que sempre volta para conferir o que você fez de novo, não hesite em pedir se precisar. Você não está mendigando, implorando e nem exigindo. É uma troca muito benéfica. É verdade que nem todo mundo que quer vai poder te ajudar no exato momento em que você precisar, cada um tem suas limitações, mas não tem problema, alguns vão. O lance é trabalhar e seguir em frente com a ajuda que você recebe e aceitar o que as pessoas estiverem dispostas a oferecer.

Quanto tempo me sobra?

$
0
0
Nem foi no meu aniversário nem nada, mas teve um dia que eu acordei e me dei conta dos meus vinte e quatro anos. Senti um impacto, sabe? A coisa foi tão louca que eu tentei voltar a dormir e não consegui, só pensando MEU DEUS. Levantei pra ir para o trabalho, me distraí com músicas, livros e Survivor no caminho, cheguei cedo no trabalho para escrever minhas próprias histórias e fui trabalhar na minha lista inconstante de coisas para fazer quando o expediente começou. Eu já tinha até esquecido da crise da manhã, mas sei lá o que vi que fez tudo voltar. VINTE E QUATRO ANOS, MEU DEUS. Fiquei tão desconcentrado que fui fazer uma performance dramática porém silenciosa no banheiro da firma (inclusive, recomendo a todos).

Nessa mesma semana, enquanto eu era pisado por dores de cabeças ridículas, senti meus dedos formigarem. Uma sensação muito nova para mim. Era como se estivessem queimando, chegava a doer um pouco. Não era como se estivessem pegando fogo, foi como tocar no gelo. Durou uns 3 minutos e sumiu. Aconteceu mais quatro vezes durante o dia, com a variação de também sentir o formigamento nos pés. Eu não sei se é paranoia minha, mas parece que está acontecendo agorinha mesmo enquanto digito esse texto. O Google diz que pode ser esclerose múltipla, Grey's Anatomy me capacitou para deduzir que é, no mínimo, um tumor no cérebro e que tem que rolar um page Neuro imediatamente.

***

 

***

A crise dos 20 é quando a pessoa não faz ideia do que fazer da vida. Ela já tem vinte e tantos anos e ainda NADA ACONTECEU, por causa de sua falta de aptidão para qualquer coisa. A vida parece estar caminhando para lugar nenhum, e você se sente meio culpado porque já deveria ter começado alguma coisa digna e relevante na sua adolescência. Você está perdido, sem rumo e daqui a pouco estará idoso e com 0 sonhos realizados. Mas, para te garantir alguma sanidade mental, já existe esse vídeo da Jout Jout.

Eu não estou completamente perdido. Não estou tentando descobrir que rumo tomar na vida, não me sinto inútil. Não estou MEU DEUS, VINTE E TANTOS ANOS E MINHA VIDA É UM GRANDE NADA.

Muito pelo contrário. Eu estou achando que não vai dar tempo. Seja a idade chegando, seja uma doença misteriosa batendo, eu estou achando que não vai dar tempo de fazer todas as coisas que eu quero fazer. Tipo, talvez nenhuma sequer. Eu tenho uns sonhos até bem sólidos. Eu corro atrás deles da forma que posso. Mas, gente, só em pensar que posso MORRER com essas coisas não concluídas... É tanto livro que quero escrever e ver as pessoas lendo e gostando, tanta música que quero compor e ouvir sendo cantada por outras pessoas, tanto jogo que quero planejar, aplicativos de celular, gente para conhecer... Tem dias que eu vejo que as coisas estão acontecendo e fico MAS NÃO POSSO MESMO MORRER HOJE.

E daí eu tenho 24 anos, daqui a pouco eu tenho 30, 50, 60... Convenhamos, eu não sou a pessoa com a vida mais saudável do mundo, como passar dos oitenta anos? Mais a violência acontecendo, a natureza enlouquecendo. Como lidar? E, se eu realmente tiver uma doença esquisita, já podemos cortar meus anos de vida pela metade? QUANTO TEMPO ME SOBRA? E como a gente vive pensando que JÁ VAI MORRER?

***

Existem séries de TV que nos dão aquele entretenimento necessário para desanuviar a cabeça e existe Being Erica. Eu já comentei sobre a série algumas vezes e, tipo, ela está não apenas gravada como CRAVADA no meu coração. Além do entretenimento que ela não deixa de oferecer (drama, comédia, romance, mistério <3), assistir Being Erica como fazer terapia. É daquelas para assistir devagar, porque em todo santo episódio você fica refletindo sobre a própria vida.


Então eu cheguei num episódio em que uma pessoa vinda do futuro visita a Erica para avisar que não a encontrou por lá. A Erica simplesmente não está no futuro. E a mulher fica PERAÍ, EU JÁ MORRI??? EU ESTAREI MORTA EM MENOS DE 10 ANOS? E daí a Erica fica com isso na cabeça. Tem várias coisas acontecendo na vida dela no presente, coisas exigindo a atenção dela, mas ela não consegue focar porque, gente, ELA SABE QUE VAI MORRER.

Várias coisas acontecem (aliás, esse episódio é divertidíssimo, um dos meus favoritos), mas tem um momento em que o Dr Tom, o terapeuta-barra-viajante-do-tempo, diz mais ou menos assim pra ela: "Você só tem uma vida. E não importa quão longa ou quão curta ela é". Ao que Erica já se adianta e completa o raciocínio:



Sabe, a gente não pode fazer muita coisa para alongar a vida. Manter o pensamento de que ainda temos umas cinco vidas para viver ou de que vamos morrer amanhã pode ser bem problemático, mas, independente do tamanho da nossa vida, o que vale é aproveitá-la decentemente. Eu estou ok com morrer amanhã? Claro que não. Então é por isso mesmo que eu tenho que estar focado em ser feliz aqui, ser feliz agora. Pode surtar um pouquinho? Claro que pode. Vai lá, faça sua performance dramática no banheiro, encare o drama que cura, e, depois, incorpore o Lulu Santos nisso de Vamos Viver Tudo Que Há Pra Viver.

***

Gostou do texto? Tipo, de verdade? Se você ainda está vivo para fazer isso, pode me ajudar compartilhando? Se você está que nem eu achando que vai morrer amanhã, COMPARTILHE HOJE, POR FAVOR.
Viewing all 317 articles
Browse latest View live