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#Escrevendo: AJUDA EU

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Entrei numa livraria dias atrás e vi uns livros desconhecidos em destaque. Os livros eram... estranhos. Eram livros com textos, mas tinham muitas imagens, uma letra enorme, uma diagramação meio doida, bem ~descolada~, bem jovem. A editora era até bastante conhecida, então eu fiquei "Gente, o que eles estão vendendo?". Dei uma folheada para ver do que se tratava, e eram mini-biografias. "Mas de quem?". Depois dessa pergunta, eu entendi o fenômeno. Eram mini-biografias (até porque os autores eram mais novos do que eu) de webcelebridades do youtube e das redes sociais. Até achei legal, sabe? Quer dizer, você começa fazendo vídeos ou ganhando seguidores no Twitter e, de repente, consegue transformar o sucesso em livros vendidos. Fascinante



Mas, ainda com os livros em mãos, uma constatação: "Essas pessoas não são escritores". Foram convidados a lançarem livros, por terem um público grande em alguma outra mídia. Mas eles estavam ali na livraria, não estavam? Digo, estavam vendendo textos, não estavam?

O mercado editorial no Brasil meio que abriu as portas nos últimos anos para jovens escritores, para blogueiros e webcelebs. A minha timeline do Twitter pipoca de pessoas que conseguiram ser publicadas por boas editoras, vira e mexe tem alguém comemorando um contrato assinado, e eu vibro por cada uma delas. Eu já li alguns desses livros, entre eles uns realmente ótimos!

Todos começaram com uma boa plataforma. Sabe, aquilo que te dá alguma visibilidade, que te dá suporte. Seja um blog muito visitado, um canal no Youtube, uma página badalada no Facebook, zilhões de seguidores no Twitter. São possíveis compradores do seu trabalho, pessoas que já te conhecem e vão querer conferir seus lançamentos. A plataforma ajuda muito o autor, ela abre uma porta para ele mostrar o que ele tem, sejam textos excelentes, piadas muito boas, fotos bonitas ou livros estranhos.

Agora, vamos focar na minha realidade. *entra um fundo triste na cena*

Eu tenho uma história praticamente pronta, 390 followers no Twitter, que ficam acompanhando minhas ladainhas diárias, uma página no Facebook com menos de 100 pessoas e este blog com 6 seguidores que eu posso contar.

Como vocês podem perceber, meus números não são muito promissores. Eu preciso de mais gente. E nem tenho vergonha alguma de falar isso, porque "gente"é uma coisa maravilhosa.

Então, essa lengalenga toda é apenas para dizer: COMPARTILHEM! Compartilhem se vocês acharem um texto do blog muito legal. Os ruins, vocês finjam que não viram. Vocês estão aqui até hoje por algum motivo, né? Então acho que esse algum motivo pode agradar mais pessoas também. Compartilhem o Não Sei Lidar no Facebook, marquem pessoas que possam se identificar, postem os links no Twitter, comentem na página, sei lá, recomendem para algum amigo de vocês que vai curtir o blog! Tem gente que faz isso naturalmente (já moram no meu coração), eu sei, então faço esse apelo aos demais que gostam do blog.

Mas só se vocês quiserem, claro, porque ninguém é obrigado.

Vivem me falando que eu deveria escrever e publicar um livro, e eu sempre fiquei "imagina rsrsrs", mas, agora que eu vi que é possível, EU QUERO. Eu realmente quero. AJUDA EU.

A peça da personalidade

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Como eu disse no "Se vira aí, meu filho", tem gente que joga o jogo da vida com outras peças. A criação que a gente teve, a educação, a condição social, os genes que carregamos e as escolhas feitas também são tipos de peças que sempre mudam de pessoa para pessoa, mas longe de mim dizer que as pessoas são incapazes de alguma coisa. Só acho que tem peças que não encaixam bem.

Eu, por exemplo, já tive oportunidades de entrar num ramo profissional com empresas que pagam muitas dilmas. Estava eu lá ganhando X enquanto gente que começou comigo ou, pior, depois de mim ganhando 2X, até 3X! E isso me deixava com toda a sensação do mundo de estar fazendo a coisa errada. E olha que eu me achava completamente capaz, sabe? Só que sabe quando você olha pra uma coisa e pisca no seu cérebro NÃO É PRA VOCÊ? Era bem isso. Eu achava e ainda acho o emprego dos amigos bem chatos. Eu não acho graça na área. Acho o trabalho exaustivo, maçante e nada gratificante. Paga bem? Paga, mas a minha peça simplesmente não encaixa.


Nossa personalidade é nossa peça principal. Por isso que não dá muito certo ficar olhando para a grama do vizinho. Quer dizer, se fosse só questão de comparar a cor da grama, até rolava, mas as situações da vida são bem mais complexas. 

Fulana tem um trabalho muito melhor que o seu? Será que você se daria bem se estivesse no lugar dela? O quanto ela tem que se esforçar para estar ali? Você está disposto?

Ciclano está casado? Que vida maravilhosa a dele, né, uma esposa gente boa, umas crianças para brincar. Mas será que é tudo sempre bonito assim? Será que é fácil lidar com outra pessoa dentro de casa? Você sabe trocar falda de criança?

Não dá para saber. A gente só acha as coisas. Acho que a gente "mede a felicidade" com base nos filmes, na mídia, no que nossos pais nos passaram como informação. Daí tentamos nos encaixar nesses padrões sem nem perceber que a nossa peça da personalidade não entra bem.

O melhor jogo é fazer o seu próprio jogo, escolher o que te faz bem e correr atrás para alcançar. Claro que existe uma coisa chamada necessidade, e nem sempre a gente tem o luxo de fazer apenas o que queremos, mas, se a escolha existe, se depende de você, coloque suas peças onde encaixam melhor.

Sobre patinar no gelo

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Está funcionando assim: Eu ponho na lista, e, depois de um tempo, a magia acontece. Ter me tornado um Fazedor de Coisas no começo do ano está impactando tanto a minha vida que, no último fim de semana, eu coloquei meus pés em patins e fui deslizar no gelo. Quem diria?


Gente, patinação no gelo engana muito. Minha primeira reação ao ver a pista cheia de pessoas foi pânico. Depois que eu prestei atenção e vi que tinha um monte de criança, pensei "Ah, não pode não ser tão difícil". Entre os meus amigos, eu fui o primeiro a colocar o pé no gelo e, assim que me equilibrei, tive que dizer DEU RUIM, VOLTA TODO MUNDO. É mais difícil do que parece! O ser humano apenas não nasceu para se equilibrar no gelo. Eu não conseguia dar um passo decente. Me agarrei nas barras de ferro e, sinceramente, não tinha condições de sair dali.

Meus amigos pegaram o jeito muito mais rápido do que eu. Fiquei um pouco frustrado com a minha incapacidade de fazer que nem eles, confesso. Eu mal conseguia tirar uma mão da barra de ferro.
Demorei um tempo, mas entendi que, na pista, eu simplesmente tinha que ir. Sabe, não pensa muito, VAI. O truque pra mim foi fingir que eu sabia o que estava fazendo, que tinha pegado um macete real. Quando eu dei por mim, já estava dando umas voltas marotas. Teve até uma hora que eu meio que ia cair, mas, SEI LÁ COMO, dei um giro. Fiquei, tipo, ARRASEEEEI. 
 
 Eu na pista
 
E patinar CANSA, ainda mais se você não for exatamente um competidor olímpico. Dias depois, e ainda estou sentindo músculos que eu nem sabia que tinha. Parece que montei num touro mecânico a noite toda. 
 
Não sei se eu faria novamente, mas sei que vou guardar para sempre a lembrança do momento em que eu disse a mim mesmo: Ok, parou a palhaçada. Você vai soltar a barra de ferro AGORA e vai humilhar todas essas crianças destemidas. VAI.

E eu fui.

One True Pairing da vida real

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One True Pairing é o seu casal favorito numa ficção qualquer. Numa mesma história, podem haver vários casais, mas só um ocupa o posto de One True Pairing, ou OTP, que é aquele que faz você querer viver só pra ver se vão terminar juntos no final. Mas quem é shipper das antigas já está cansado de saber disso.

Obviamente, há toda uma obsessão envolvida no processo de querer ver pessoas juntas a todo custo, e essa obsessão não acaba quando o episódio termina, nem quando os créditos sobem ou quando chegamos na última página. Não, quem é shipper de raiz nunca para, não há limites. Quando a história acaba, nos voltamos para a vida real, que pode até ser mais interessante.

Uma coisa sobre o meu OTP da vida real é que, bom, ele não é apenas um, o que já desanda a definição de ONE True Pairing, mas, convenhamos, como escolher apenas UM casal num mundo com mais de 7 bilhões de pessoas? Não sou obrigado, então escolhi três.

# Clarice e Gregorio



Imaginar esses dois conversando já me satisfaz, sabe. Eles são hipsters, conscientes, têm um metro e meio e sabem fazer humor, imagina que vida leve e boa Clarice e Gregorio não devem levar? Quer dizer, deveriam, porque se separaram. Daí meio que voltaram. Mas era só alarme falso e Clarice disse que vão ficar apenas no "só amigos". Li um livro do Gregorio, escrito na época em que eles ainda estavam juntos, e, gente, MUITO TRISTE. Era livro de comédia (Né, estamos falando de Gregorio Duvivier), mas só deu meu coração de shipper ficando apertado cada vez que ele citava Clarice Falcão nas crônicas. "Um dia, teremos filhos. Ou isso ou muitos cachorros". Esse é um casal que parte meu coração, mas ainda espero viver o bastante pra ver esses dois sendo endgame.

# Grazi e Cauã



Eu nem acompanho a vida deles, preciso confessar, porque as notícias do Ego me dão sono, mas acho a história toda fascinante. Gente, a Grazi saiu do sofá de casa pra virar atriz global. TIPO??? Imagino Grazi antes da fama assistindo umas novelas sem compromisso e tá lá Cauã Raymond de galã, talvez até despertasse um interesse na srta Massafera, mas NUNCA que ela ia imaginar que eles teriam uma filha juntos e seriam um dos meus OTPs. Daí ela manda um vídeo cafona para o Big Brother Brasil e, BUM, GRÁVIDA DE CAUÃ RAYMOND. Também imagino Cauã assistindo a final do BBB da Grazi no meio de uma folga e definitivamente torcendo para o Jean Wyllys mesmo sem ter visto o resto do programa, "Meio sem graça essa menina", e, BUM, TEM UMA FILHA COM ELA. Isso que é show de realidade. Seria minha comédia romântica favorita se eles não tivessem se separado e uma Isis Valverde não tivesse aparecido no caminho tantas vezes, mas vida que segue. Eles têm uma filha juntos, serão unidos pra sempre, e ainda tenho esperança. Acho todo mundo nessa história fascinante, incluindo a Isis Valverde, que foi a melhor Ana do Véu de todos os tempos.

# Jout Jout e Caio, aka Cajout

Ok, um casal muito recente em nossas vidas. Mas, gente, foi amor à primeira vista, apesar de eu nunca ter realmente visto o Caio. Eu só assisti este vídeo aqui e, pronto, shippando eternamente e muito forte.



Cajout tem açúcar, tempero e tudo o que há de bom, parece que foram programados para ser o casal perfeito, mas acrescentaram um ingrediente extra na mistura (não sei o que foi, mas quero também) e A COISA FICOU MUITO LOUCA, mas deu muito certo. O mais legal de Cajout é que eles estão ali, pertinho, no canal da Jout Jout, muito mais fácil do que ficar lendo Ego e tristes notícias aleatórias. Apesar de meio loucos, Cajout é o OTP mais real dessa lista, veja só. Tem um outro vídeo em que a Jout faz "uma carta" para a Júlia de 33 anos (Ela tinha 23 na época que o vídeo saiu) e um dos conselhos dela para a Júlia do futuro foi "Você ainda está com o Caio? Porque é bom você estar com o Caio. Se você não estiver, eu vou aí pessoalmente te dar um tapa na cara" HAHAHAHAHAHAH Assim, apenas amor. Não saberei lidar se esse OTP também se desfizer.

Agora, por favor, me digam aí nos comentários que eu não sou maluco e vocês também torcem por casais na vida real.

Se Survivor fosse uma pessoa...

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... eu estaria com sérios problemas.

Para começar, GRAÇAS A DEUS NÃO É, porque teria menos de 18 anos e eu não poderia me apaixonar tanto assim sem cometer um crime.



Se Survivor fosse uma pessoa, eu ia querer vê-la todos os dias. Mas não somente ver de dar um "oi", eu ia querer olhar para Survivor e ouvir tudo o que ela teria para me dizer. Eu ia saber amar todos os assuntos de Survivor, mesmo quando ela estivesse meio chata e problemática.

Eu ia me preparar muito antes de bater um papo com Survivor. Ia largar qualquer coisa que estivesse fazendo, só para dar toda atenção do mundo a ela. E ela ia falar, e eu não entenderia o 100% e ficaria louco atrás da legenda em português. Mesmo que meu inglês me permita ficar maravilhado com a maior parte da conversa com Survivor, eu ficaria sem dormir pensando nos 10% que deixei passar.

Se Survivor fosse uma pessoa, eu ia ficar muito arrasado quando ela entrasse em hiato e sumisse. Mesmo que ela deixasse um bilhete para mim, "Calma, volto em breve".

 Quando os amigos viessem me consolar

Quando ela voltasse, eu faria uma festa, mesmo que só para nós dois, porque o sentimento de nunca mais vê-la novamente seria muito forte. Eu ia querer saber de todas as novidades, e ela traria novidades, porque esse é o jeito de Survivor. Ela vai, mas sempre volta de um jeito que faz você pensar "Mas, gente, a pessoa não cansa de ser incrível?".

 Como eu ficaria depois de um tempo com Survivor

Eu seria mais chato do que já sou. Porque com Survivor full time na minha vida, eu não teria outro assunto. Os meus amigos iam ficar irritados, e eu meio que ia ignorá-los porque Survivor estava me dizendo coisas hilárias no telefone. Sim, eu falaria no telefone por Survivor. No meu Facebook, só teria fotos com ela. No Twitter, eu postaria todas as tiradas geniais da série agora pessoa.

Se Survivor fosse uma pessoa, não sei se rolaria um relacionamento sério. Quer dizer, talvez um sério relacionamento aberto. Porque eu amo compartilhar Survivor e, se a série fosse gente, eu não iria me importar em dividi-la. Até porque, antes de conhecê-la, Survivor já teria fãs apaixonados, Survivor já seria uma cultura.

Não sei se daria para a gente morar junto. Seria muita emoção, um quase ataque cardíaco todo dia. Eu ia ser o cara bobão que fica fascinado toda vez que é feito de otário, eu não ia me importar por Survivor ser tão dissimulada. Ela ia rir de mim e dizer TOMA NA CARA, TROUXA. E eu responderia TOMO, SUA LINDA, BATE MAIS. Eu ia ficar puto com as atitudes dela, mas também daria muitas gargalhadas. E, no fim de tudo, ia ficar estampado no meu rosto: SATISFAÇÃO.

Um dia normal com Survivor

Se Survivor fosse uma pessoa, eu realmente estaria com sérios problemas. Meu deus, ainda bem que não é. Acho que não sei lidar com esse amor todo por um ser de carne e osso.

Meu primeiro arroz

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Tudo começou comigo pedindo para minha mãe iniciar o movimento contra o patriarcado aqui em casa e me ensinar a fazer arroz. Eu sabia que esse dia iria chegar. O arroz é a coisa mais básica da arte de cozinhar, então eu tive que começar por ele na minha jornada pela independência.

Nem vou tripudiar muito sobre o fato de que é meio que uma falha de caráter não saber fazer um arroz tendo mais de 20 anos, mas, né, antes tarde do que mais tarde.

LOGO DE CARA, um desafio: minha mãe me deu uma panela velha, sem cabo, muito difícil de lidar. No mínimo, ofensivo. Ela achou que eu fosse o quê, explodir uma panela nova? Mas vida que segue. Se eu desistisse já no primeiro obstáculo, não seria digno daquele arroz.

Uma dificuldade foi entender as medidas, porque cozinhar parece ter muito de conhecimento tácito, aquelas coisas que a pessoa simplesmente sabe, mas não consegue explicar.

Por exemplo, eu piquei o alho num troço que gira (Eu que comprei) (Sim, não cozinho, mas compro bugigangas que parecem fascinantes), coloquei na panela e precisei pôr óleo.

- Quanto de óleo, mãe?
- Só um pouco.
- Pouco quanto?
- Pouco, ué. Não precisa pôr muito.
- Mãe, quantas colheres de óleo? Uma, duas?
- Essa quantidade aí está boa.
- Ok... E quanto tempo eu deixo o alho fritando na panela?
- Deixa até ficar douradinho.
- ¬¬

E por aí foi. "Põe um pouco mais", "Deixa mais um tempinho", "Tira um pouquinho do sal", "Não deixa ferver muito", "Desliga o fogo quando tiver pouca água".

- Mas, gente, não era melhor usar um cronômetro e uma quantidade que sempre dá certo?
-  Não.

Tivemos um pequeno impasse quando fui ver se ainda tinha água no fundo do arroz e abri com uma colher.

- FELIPE.
- Oi?
- É com o garfo que se faz isso.
- Mas, mãe, tanto faz, né? Dá pra usar a colher também.
- Não, é com o garfo.
- Mãe.
- Garfo.



LIÇÃO APRENDIDA: DEMORA MUITO (tentem adivinhar quanto tempo é "MUITO". Chato, né?). Não sei como a humanidade sobreviveu esses anos todos passando horas na cozinha.

RESULTADO: Ninguém morreu depois de comer, então acho que deu certo. O meu primeiro impulso foi nem comer, sabe. Queria deixar ali na panela, branquinho e Soltinho™ para guardar como recordação. Tem como emoldurar um arroz?
 
PRÓXIMOS PROJETOS: Agora eu quero fazer feijão. E coisas estranhas, tipo "molho madeira". E uma comida bem exótica com receita tirada da internet que só eu saberei fazer por aqui. Sempre quis dizer "Ah, é minha especialidade rsrsrsr". Ninguém precisa saber que é a única coisa que sei. 
 
 
PRINCIPAL DESAFIO:

Vai ver a inteligência está nisto

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Uma coisa que eu costumo fazer muito em fila que não anda é apreciar o ser humano como forma de entretenimento, principalmente quando não tenho mais nada para me distrair. Eu presto atenção nas conversas e descubro um monte de coisas.

Tinha um casal conversando na fila, ela estava contando para ele como havia sido o dia, situações do trabalho e tal. Ele comentou alguma coisa sobre aplicativos de celular, e isso meio que deu um estalo na mente dela. Ela lembrou de uma matéria que leu.

Parece que um garoto brasileiro de 14 anos desenvolveu um aplicativo simples, mas muito útil e está ganhando rios de dinheiro com ele. Na época, eu não me foquei na história do menino, mas, escrevendo este post, tenho certeza que é este aqui (A história é realmente boa).

Daí que a garota na fila contou ao namorado o que realmente tinha por trás do interesse dela:

- Senti até um arrepio quando li! Eu tive uma ideia idêntica meses atrás, tem quase um ano já! E o garoto está ganhando por mês coisa que nunca vou ganhar em anos! Que engraçado, né? Hahahahahah Eu tive a ideia, mas claro que não botei em prática, né. Eu só pensei nela e deixei engavetada. A única diferença é que esse menino é muito mais inteligente do que eu, né. Eu nem tinha chance. Tipo, tem que ter o dobro de inteligência pra fazer um aplicativo. Não, o triplo.

O namorado apenas concordou, "Realmente rsrsrs".

Eu, ali atrás deles, quase interrompi a conversa.



Porque, né, não tem essa de "o dobro da inteligência". Quer dizer, o menino até podia ser mais inteligente que ela (apesar desse ser um conceito tão complexo...). Ele certamente tinha mais tempo livre, menos preocupação na vida, talvez, mais recursos. Vai ver as peças dele eram melhores mesmo.

Mas o que fez a real diferença foi que ele tentou. Ele correu atrás do que queria, e ponho minha mão no fogo pra dizer que ele não acertou de primeira. Quase nada acontece de graça, né? Vai ver a inteligência do menino está nisto: saber que ideia engavetada não vai pra frente.

É só uma mensagem cafona sendo verdade novamente: CORRA ATRÁS DOS SEUS SONHOS.

***

Se você se encaixa numa das situações abaixo, me ajuda compartilhando o texto?

1) Você se sentiu inspirado e quer me agradecer por isso.
2) Você lembrou de uma ideia excelente sua que está engavetada e decidiu ganhar dilmas com ela, mas não deseja me dar 50% dos lucros.
3) Você lembrou de amigos que PRECISAM pôr as ideias maravilhosas que eles têm para fora da gaveta (Compartilhe e marque-os!).
4) Você é o casal da fila e está indignado comigo por ficar ouvindo a conversa de vocês (Mas vocês falam muito alto!).
5) Você é o menino que fez o aplicativo e gostou de saber que as pessoas ainda estão falando sobre você.

Eu agradeço :)

Vergonhas que não me abandonam

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Apesar das pessoas acharem que eu mudei da água para o vinho, principalmente amigos que não me encontram com frequência, não é bem assim. Ok, admito que sinto que fico mais livre dos impedimentos que eu mesmo inventei a cada dia, mas, olha, ainda falta desapego. 

Eu já deixei de fazer muita coisa por vergonha. Até que, sei lá, cansei. Estou com vergonha de parecer ridículo? Estou, mas vou lá e faço mesmo assim. Só que tem umas vergonhas das quais ainda não me desfiz.

Vergonha #1: Interagir com coisas desconhecidas

Eu não tento passar por uma porta se não tenho certeza absoluta de como ela abre, a menos que eu seja obrigado. Sabe aquela coisa de empurrar, mas é pra puxar? Ou você puxa e empurra, porém a porta é de deslizar? Isso me mata. Me mata fazer papel de idiota. Eu preciso de todo um processo de observação (vejo as pessoas fazendo para só depois ir lá e imitar) antes de lidar com a coisa. Eu demorei séculos para aprender encostar num touchscreen, entender a lógica do álcool gel no saguão dos edifícios e lidar com self-service (cada restaurante, um desafio). Até hoje não sei usar o "ensacador" de guarda-chuva molhado que aparece nos dias de chuva no prédio onde trabalho (Enfio o guarda-chuva e ele volta magicamente ensacado? Puxo o saco com a mão? Funciona com guarda-chuva pequeno? Questões).

 Eu tentando atravessar portas
(Juro, exatamente assim)


Vergonha #2: Contato físico involuntário

Já detestei contato físico, mas aprendi a gostar. E, olha, tanta bobagem minha. Abraçar é uma das melhores coisas, principalmente abraçar gente gorda. Acho que nossa sociedade é infeliz porque o padrão de beleza é gente magra e a cada dia estamos dando abraços piores. Mas divago.

O problema é o contato físico involuntário. Tipo ônibus lotado, sabe? Pior, metrô lotado. Não sou dos que reclama dos suvacos na cara, porque, gente, não há jeito mesmo, mas a vergonha meio que fica. Eu não sei se é pior ter um cidadão atrás de mim ou eu estar no cangote de alguém. Eu fico "Essa senhora deve estar pensando que sou um desses tarados. Moça, eu não quero te encoxar. É sério, moça, não olha pra mim com essa cara. Não adianta fazer tsc, moça, não tem lugar. Eu estava aqui primeiro, moça, a senhora que entrou aí".


Vergonha #3: Cocô na cabeça

Nisso, eu sou mestre. Esta tirinha me representa muito:

(Recomendo MUITO)

As pessoas me falam A, mas quando eu não sei exatamente o que elas quiseram dizer, eu preencho as lacunas do meu jeitinho especial (Percebam uma tendência já na infância).

Teve uma vez que meu primo perguntou se eu queria beber suco. Era um guaraná natural concentrado de garrafa, daqueles que você põe água e bebe. Mas eu sabia disso? Claro que não, primeiro contato com uma garrafa daquela. Estávamos sozinhos na casa dele, daí ele derramou um pouco do concentrado num copo pra ele e mais um pouco num copo pra mim. Foi, tipo, coisa de dois dedos. Daí ele deixou os copos bem na minha frente e foi na geladeira pegar água.

Na minha cabeça adolescente: "Ué, só isso? Mal dá pra beber, gente. Isso deve ser muito caro, por isso não pode ficar gastando à toa assim... Ou deve ser do pai dele, e primo está pegando escondido... Se for só esse pouquinho, meu tio não vai perceber. Bom... Não vou fazer desfeita, né".

E mandei aquele TROÇO DOCE goela abaixo!

Meu primo reapareceu com a garrafa d'água: "FELIPE??? TEM QUE BOTAR ÁGUA ANTES". Minha cara no chão, né, mas ¯\_(ツ)_/¯

Apenas respondi: "E-Eu sei... É q-que eu gosto assim também".

OU SEJA: Nunca deixem lacunas para minha cabeça preencher, pois sempre vou optar pelas coisas mais improváveis. Nos dias em que estou mais inspirado, dou jeito até de colocar um unicórnio no meio. É uma fonte inesgotável de vergonha.

Me salvem.

***

 Por que você compartilharia esse texto? Não sei, talvez...

1) Você apenas achou graça e quer que outras pessoas achem também?
2) Você conhece uma pessoa que passa por uma das 3 vergonhas e ela precisa saber que não está só?
3) Você é o meu primo da história e quer me humilhar publicamente?
4) Você sabe que me ama, xoxo?

Compartilhando, você me ajuda muito. Obrigado! :)

Minha vida é COMUM também

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Tô chamando na intimidade vocês que estão sempre aqui, deixa eu contar uma coisa. Por causa de alguns comentários que eu recebo, seja aqui no blog, no Twitter, na página do Facebook e até pelo formulário de contato, eu fico imaginando o que se passa na cabeça de vocês a respeito da minha pessoa. Quer dizer, o que vocês enxergam daí? Vocês soam bem empolgados quando eu comento sobre a lista das coisas que eu quero fazer, quando eu posto as aventuras e os causos também. Vocês ficam, tipo, "NOSSA, FELIPE, QUE DEMAIS, TBM QUERIA FAZER ISSO" ou "VC É UM EXEMPLO" ou "FELIPE, SUA VIDA kkkk, VAMO SER AMIGO", e eu recebo todo esse amor gratuito, porque amor nunca é demais.

Mas, então... Minha vida é comum também. Eu não levanto da cama animado para um dia cheio de aventuras fascinantes ao lado de pessoas maravilhosas. Eu não saio de casa patinando no gelo, pego ônibus que nem todo mundo.

Eu acordo bem cedo. Quer dizer, um pouco mais cedo que todo mundo que tem que sair de casa para trabalhar. Às vezes, eu estou sozinho em casa. Às vezes, eu tenho meia horinha para ver minha mãe. Daí eu preciso pegar um ônibus lotado, mas não é um lotado qualquer, é aquele lotado que dói. Fisicamente. Eu acho que tenho ossos fortes e uma lombar preparada para o dia-a-dia. Já entro preparado psicologicamente para a longa viagem que será, porque, dependendo do trânsito, eu posso demorar mais de duas horas para chegar no trabalho.

Você achou que eu saía de casa num balão, né?

Mas o ônibus é só a primeira parte do trajeto, porque eu também tenho que encarar o metrô. Faz parte. As pessoas que eu encontro nesse caminho nem sempre são legais e engraçadas. Nem sempre há causos. Na maioria das vezes, é só uma viagem chata mesmo. Tipo, eu entro, seguro num ferro, tento não ficar colado nas pessoas e não enlouquecer ficando quase uma hora nisso.

Você não vê isso, né?

Então, eu chego no trabalho e, olha, eu gosto de trabalhar. Não tem ninguém insuportável no lugar onde passo oito horas diárias e até tem gente muito boa, mas tem dias que é um porre. Tem dias que a hora simplesmente não passa. Eu frequentemente fico com medo do tédio me matar. Tem dia que o problema está todo comigo, eu estou um cocô, mas mesmo assim eu saio de casa para encarar uma tela de computador. Eu tenho chefe, tenho superiores imediatos, tenho que atender o telefone às vezes, tenho hora de almoço e comemoro o fim do expediente.

Vocês acharam que eu estava sempre empolgado assim?

Depois, eu simplesmente volto para minha casa do mesmo jeito que fui, mas o trânsito está ainda pior. Se chove então, dá tempo de viver duas vidas e meia antes de encontrar minha cama. Em casa, às vezes, não tem ninguém. Também não tem lugar nenhum para ir, e eu nem quero ir para lugar nenhum mesmo, pois estou cansado. É uma luta para tomar banho (que eu venço, ok?) e jantar (essa eu perco quase sempre, não sou um faquir por acaso). Às vezes, tem gente, então eu tenho mais uma horinha para saber o que aconteceu na vida das pessoas que moram comigo, sendo que às vezes nada de bom aconteceu ou eu que não quero saber de ninguém mesmo.

Então eu durmo às 22h e, surpresa, o dia seguinte será praticamente igual a este que finda.

Vocês acharam que eu via o Ícaro Silva todo dia, né?

Você provavelmente se identificou com alguns pontos do meu dia. Eu tenho uma rotina bem comum, que nem quase todo mundo. Acho que tenho uma vidinha normal.

Não é como se eu fosse uma pessoa fora da realidade. Eu só tenho uma lista com um monte de coisas legais para fazer, força de vontade em me conectar com pessoas e uma tendência a rir de tudo. Funciona muito bem pra mim. Quando vocês me mandam amor gratuito por isso, eu quero responder de volta VOCÊS PODEM TAMBÉM, A VIDA É BOA, mas nem sempre a mensagem chega.

Então, tá aqui bem explícito, não digam que não tentei.

Só uma notinha

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Vamos falar sobre o último post? Vamos falar sobre eu querendo dizer uma coisa e dizendo outra? VAMOS.

Eu tinha colocado o título como "Minha vida é chata também" e, na minha cabeça, fazia todo o sentido. Daí Annie, nos comentários, disse "achei esse texto meio deprimente", e eu fiquei "Ué". Então, tivemos uma conversa legal lá mesmo, ela explicou o ponto dela, eu compreendi e está tudo lá ainda para vocês lerem se quiserem. Para não perder o post que eu tinha escrito, eu apenas editei o título e pequenos trechos onde a palavra "chata" aparecia e troquei por "comum".


Mas, Felipe, que dorgas você anda usando para querer dizer "comum" e escrever "chata"?

É que eu estava pensando assim: Blog engana. Sem querer, a gente que bloga acaba vendendo uma imagem irreal da nossa vida. Nós deixamos parecendo que tudo é aventura, diversão o tempo todo, só gente maravilhosa amando a gente sem interesse, nossa cabeça sempre boa e, POR CAUSA DISSO, as coisas boas que a gente posta acontecem.

"Ah, o Felipe foi patinar com os amigos? CLARO, NÉ. Ele ganha rios de dinheiro, os amigos estão sempre perto dele, a vida dele é legal, dá pra inventar essas coisas. Mas a minha vida é chata, nunca que eu vou patinar"

Tipo, NÃO, NÉ. Era isso que eu queria quebrar com o texto, queria dizer que a minha vida é, provavelmente, muito parecida com a de quem lê este blog. Tem rotina, tem momentos de solidão, tem uns abacaxis diários, tédio... Mas, MESMO ASSIM, eu gosto da vida, eu gosto de rir, eu vivo momentos que acho extraordinários.

E LONGE DE MIM achar que a rotina e as coisas ordinárias da vida são "chatas". Foi uma palavra muito equivocada da minha parte. Reclamar da vida, sendo ela do jeito que é, é justamente o oposto do que esse blog se propõe. Eu amo o que é simples, amo o que está sempre aí, amo quem aprecia isso também. Vai ver são as dorgas fazendo efeito mesmo, mas eu gosto de acordar cedo, gosto de pegar ônibus, ver gente no metrô, ouvir as conversas, gosto até de ficar sozinho... Se você não gosta, já é outra história, mas esse não é o ponto.

Minha vida é comum, sim, mas gosto tanto. Com ou sem os momentos de glória.

(Menti para vocês dizendo que era notinha, mas cheguei com um textão, desculpa)

Precisamos falar sobre certa pessoa

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Mas já adianto que não é fofoca, apenas surgiu a necessidade. 

Quer dizer, eu estou vendo gente levando pedrada na cabeça e também gente sendo impedida de existir, além de gente sendo mandada para lugares pouco amistosos e gente que não pode ser o que é.

Não está bonito. Pior ainda, tudo em nome de certa pessoa.

Eu já sou cristão desde antes dos meus blogs sequer serem uma ideia na minha cabeça, e isso não é vergonha para mim, nem motivo de orgulho. Eu apenas sou. Faz parte da minha pessoa. Você que está aqui desde o primeiro post do Não Sei Lidar nunca me viu falando ACEITEM JESUS, SEUS PECADORES, VENHAM PARA A LUZ porque 1) eu total acho esquisitão querer enfiar uma pessoa que vocês nem conhecem na vida de vocês e 2) gente, quem sou eu pra saber da vida alheia?

Mas precisamos falar sobre Jesus. Eu preciso para me posicionar na vida, talvez vocês precisem para entender melhor como as coisas realmente deveriam funcionar e saber que essa bagunça toda que está aí é bem sem sentido.

Resumindo bastante a mitologia cristã*: Deus criou as pessoas para viverem com ele para sempre. E era todo mundo bom, aquele clima de amor, amizade, todo mundo feliz. Deus é amor, e aquelas pessoas correspondiam a esse padrão tão elevado de bondade. Até o dia que deu ruim com aquela história de fruto proibido e serpente no Jardim do Éden, e Deus teve que "Gente, desculpa, não dá pra gente viver junto, o amor morreu aí em vocês".

E desde então o ser humano viveu separado de Deus. As pessoas ficaram tão contaminadas com elas mesmas que geraram maldade, violência e uma falta de amor arrasadora. E, assim, mesmo quando as pessoas não eram PÉSSIMAS, elas também não eram AMOR PURO, como eram quando estavam com Deus. Você já tentou ser 100% bom? Tipo, o tempo todo? É uma realidade: Mesmo quando queremos ser BONS, não conseguimos. Tá no corpo, no sangue, sei lá. Segundo o padrão de Deus, que é a bondade suprema, ninguém é bom. Ou seja, a gente nunca ia voltar para ele. Pior, seríamos condenados justamente pelas nossas más ações.

Enquanto as pessoas estavam aqui tentando ser boas sem nenhum sucesso, Deus meio que "Ok, já deu. Elas já entenderam que nunca vão conseguir, vamos lá fazer do jeito certo". E é aí que Jesus entrou na (nossa) história.


Jesus veio e foi condenado (na cruz) no lugar de todo mundo. Ele simplesmente pagou o pato por GERAL, porque ninguém tinha condições de se garantir. Ele não perguntou de onde a pessoa era, quem era, o que havia feito, nada. Ele mesmo não tinha nenhuma má ação no currículo, ele só sofreu a justiça pelas outras pessoas. Ele só foi lá e FEZ.

Agora, atenção nessa parte, ficou claro o que Jesus REALMENTE fez? Vocês notaram as consequências? Não? Eu conto.

Quando alguém fica se achando a última bolacha do pacote, querendo olhar os outros de cima, ou quando apontam para uma pessoa e dizem que ela não é boa, que não merece amor, perdão, que não merece viver, quando alguém se acha merecedor de alguma coisa, quando dizem "Eu sou bom, mas você é ruim", as pessoas estão simplesmente cagando para Jesus.


Amigo, desculpa te dizer, MAS ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO. Você não é 100% bom, eu também não sou. Num tribunal de Deus, eu seria condenado como qualquer outra pessoa. Você é o santão, que nunca faz mal, que nunca ofende, que nunca pensa em apenas si mesmo, que ama todo mundo, que ajuda todo mundo, jura? 

Ah, não? ¯\_(ツ)_/¯

Então que tal ficarmos quietinhos, aceitando nossa imperfeição e entendendo que, pra Deus, todo mundo é igual? Sim, exatamente, as pessoas que atacaram a menina do candomblé com pedradas, a própria menina, eu que estou escrevendo esse post, você que está lendo... TODO MUNDO. E só por causa de Jesus, que nivelou as pessoas, recebendo a condenação na cruz por todas.

Ninguém merece ir para o céu, porque, aqui na Terra, a gente nunca vai conseguir alcançar o padrão de Deus. Não tem mais a ver com o quanto você é bom, com o que você fez, faz ou deixou de fazer. É tudo sobre quem Jesus é.

Ele veio, pregou o amor, um amor que vai muito além de ser bonzinho, falou contra os religiosos da época que se achavam os donos da razão e eram super hipócritas (algo mudou?). Ele não mandou violentar ninguém, ele não mandou que julgássemos uns aos outros, ele não disse para montarmos uma lista de "Pode" e "Não Pode". Ele demonstrou empatia, honestidade, caridade e amizade. Só coisa boa. Como transformaram isso numa metralhadora de VOCÊS VÃO PRO INFERNO, FILHOS DE SATANÁS, eu realmente não sei. Eu, por mim mesmo, não garanto nem minha própria pessoa ao lado de Deus, imagina dizer quem vai e quem não vai para o céu?

Jesus só chamou as pessoas para um relacionamento com Deus. Uma ligação que já existia antes, mas que foi partida. Agora, Jesus deu a oportunidade de, quem quiser, retomar a conexão. A Bíblia diz que a vida eterna é que conheçam a Deus. Nada de regras, de julgamentos, nada de pedir dinheiro, nada de coerção, de violência, de insanidade... Só um relacionamento. Entre duas pessoas. Deus e eu, Deus e você.

Não adianta nada eu falar do quão bom Jesus é, eu sei, a gente só pode demonstrar e praticar as coisas do jeito que ele ensinou, vendo com nossa própria vivência que tudo o que ele disse realmente funciona e faz bem. Eu me sinto um ser humano menos destrutivo do que eu era ontem a cada dia. Eu amo esse relacionamento, mas, quem não quer, vida que segue.

(* Eu chamo de mitologia cristã porque, mesmo que pra mim seja uma verdade, eu prefiro falar de forma imparcial para favorecer o debate e respeitar outras crenças. Até porque o ponto aqui não é se Deus existe, se Jesus é real, etc. É só que, sendo Jesus real ou pura invenção, fazer o mal para outra pessoa não o representa de forma alguma)

***

Só lembre disso toda vez que uma pessoa cristã fizer você se sentir mal ou se você é cristão, mas está se sentindo o ser humano mais horrível do mundo por não ser "bom o suficiente".

Se foi bom pra você, eu ficaria muito grato se você apenas compartilhasse esse texto naquela sua timeline do Facebook, que, muitas vezes, chega a ser deprimente.

***

Estamos entendidos? Obrigado pela atenção :)

Se eu pudesse voltar no tempo #2

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Quem diria que eu realmente tenho um baú de memórias? Eu gostei tanto de ter imaginado situações que eu mudaria se pudesse voltar no tempo que as lembranças não pararam depois que o texto acabou. No primeiro texto, eu pensei nas tantas vezes em que fui otário, mas, nessa nova rodada, vamos em coisas mais substanciais (mentira).

Se eu pudesse novamente voltar no tempo, eu...


DIRIA X. Sinto que Ensino Médio é um cenário traumático para mim, vocês sentem também? Na minha cabeça, EM está arquivado como ÉPOCA EM QUE EU NÃO SABIA DE NADA. Agora que eu sei algumas coisas, queria mudar tudo.

Nunca gostei muito de fotos, dessas que a gente precisa posar para elas, sabe? Amo fotos espontâneas. Minhas fotos favoritas são aquelas que tiraram e, na hora, eu nem percebi que estava na mira de um flash.

Teve uma vez no EM que amigos resolveram que iam tirar uma foto. Estava todo mundo interagindo na sala, eu sempre meio DON'T TOUCH ME, meio afastado, mas apreciando o amor. Daí eles: "Vamos tirar uma foto no lugar tal!", e eu fiquei tipo "OMG, não". Eu tinha toda uma autoconsciência de que saía horrível nas fotos. Eles insistiram tanto, era uma coisa de grupo etc, mas eu fui firme e não cedi. Eles foram sem mim, tiraram a foto. Beleza, vida que segue, né?

Mas aí aquela foto começou a aparecer em todo lugar. A foto foi para internet, ressuscitou umas mil vezes, todos que estavam na foto sendo marcados, aquele amor gratuito sempre. A foto virou capa de álbum, a foto era avatar, a foto era a imagem do grupo nas redes sociais... TIPO??? E EU NÃO ESTAVA NELA.

Eu voltaria no tempo, levantaria minha bunda da carteira e ia lá fazer o pequeno sacrifício em prol da paz interior no futuro. Eu nem sei se meus amigos do EM sabem de que foto estou falando, fica aí o mistério.

DIRIA OI. Vocês lembram da Mariana? Eu comentei sobre elas anos atrás no meu finado primeiro blog, mas ninguém é obrigado a ir lá ler. Foi uma pessoa que gostei muito no meu ensino fundamental e, em 2012, ACHO que a reencontrei num ponto de ônibus. E não disse nem um OI! Fiquei com vergonha de não ser ela, vergonha de não ter assunto, sei lá. Até tentei procurá-la depois, mas, gente, eu só entrar na internet no Ensino Médio. No Fundamental, eu nem sabia o que era uma rede social, tinha contato nenhum da menina.

Eu voltaria no tempo só pra dizer um oi mesmo. As chances de virarmos melhores amigos era mesmo remotíssima, né? Mas eu não me canso de pensar se era ela ou não.


NÃO APENAS DIRIA COMO TAMBÉM CANTARIA E DANÇARIA MEU LIMÃO, MEU LIMOEIRO. Ok, um arrependimento bem recente. Gente, sério, quem não sabe a letra de Meu Limão, Meu Limoeiro? QUAL É A DIFICULDADE? Ícaro Silva ali no palco, na minha frente, praticamente falando VAI, FELIPE, PLMDDS, MOSTRA O QUE VOCÊ SABE FAZER, e eu apenas fazendo a Monalisa. Confesso que eu estava rindo muito por dentro, porque eu tenho a capacidade de passar vergonha, querer morrer e rir ao mesmo tempo, além de que fiquei me sentindo muito especial por cagado para os apelos de Ícaro Silva, mas, gente, novamente, QUAL FOI A DIFICULDADE? O refrão da música não tem nem 5 versos.


Se eu pudesse voltar no tempo, assim que Ícaro dissesse "MAS, GENTE, ESSE MENINO NÃO CANTA NADA", eu levantaria da poltrona meio "COMO É QUE É???", e todo ia ficar meio "Gente", e eu "Nunca me subestime, Ícaro Silva", então eu subiria no palco, pegaria o microfone que ele gentilmente me cederia e faria uma performance muito emotiva e dançante de Meu Limão, Meu Limoeiro, chocando a todos com o grande plot twist da noite. 



Voltaria ao meu lugar depois dos aplausos e teria que falar "Ok, gente, chega, a peça tem que continuar. Ícaro Silva, por favor, dá seguimento aí".

***

A Paula levou a ideia do "Se eu pudesse voltar no tempo" e postou no blog dela (recomendo!) uma situação que ela mudaria. Olha, sinceramente, acho que até eu voltaria no tempo para dar um toque pra Paula do passado :P

Se você quiser levar para o seu blog também, uma coisa meio meme informal, fique à vontade! Se eu já sigo seu blog, pode ter certeza que eu vou ver. Mas, se não, me avisa nas redes sociais! Ficarei feliz em visitar :)

Amo/Sou Crente

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Existem mais coisas entre o céu e a Terra do que você pode imaginar, e uma dessas coisas é o crente.


Se você não é crente ou não frequenta uma igreja evangélica ou nem convive com um, você provavelmente não sabe o que é o crente. Quer dizer, você sabe que ele geralmente é homofóbico, que ele força pessoas a crer na fé dele e que ele manda um monte de gente para o inferno, mas essa é só a parte ruim. O crente também ajuda quem precisa, tenta ser uma boa pessoa, dá bons conselhos, tira gente da rua e de vícios complicados, mas essa é apenas a parte boa, também não estou interessado nela.

Eu amo/sou crente.

Quero focar na parte fascinante, muitas das vezes desconhecida pelo cidadão que não presta atenção. Gente, não é só "amar Jesus". Nós acreditamos em céu, em inferno, acreditamos em anjos, em espíritos malignos. Acreditamos que o mundo começou com Adão e Eva, que aqueles bichos todos entraram na Arca de Noé, que Moisés abriu o Mar Vermelho. E isso é só o Antigo Testamento. Acreditamos num deus que são três, mas que, na verdade, é apenas um e que atende pelo nome super criativo de: Deus. Acreditamos que Jesus andou sobre as águas, que ele morreu, ressuscitou e foi para o céu. Acreditamos piamente que um dia, ninguém sabe quando, ele vai voltar.

QUER DIZER, não é pouca coisa. Vocês acham que uma pessoa com tudo isso na cabeça é normal? Você nunca sabe como um crente vai agir.

 Crente <3

A gente acredita que o diabo quer aparecer nas nossas selfies. A gente faz corrente de oração pelas causas mais loucas. A gente espalha umas fofocas sem condições e ri de umas coisas que as outras pessoas nem entendem. A gente lida com um dialeto próprio que chama homem de "varão" sem nenhuma conotação sexual. A gente se arruma de verdade pra ir toda semana no mesmo lugar e ver as mesmas pessoas. Quando a gente canta mal, a gente não para, continua cantando. Quando a gente canta bem, caramba, cantamos mais que vocês. A gente chama de "batalha" qualquer dificuldade banal do dia a dia (tipo se atrasar para o culto) e posta versículos aleatórios como legenda das fotos no Facebook. Alguns de nós querem ir para o FaceGlória depois que os EUA legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo gênero. Pois é.

Eu amo essas pessoas e me irrito sempre. Eu gosto delas bestinhas assim mesmo, eu gosto de ser bestinha também. Crente é uma cultura, é outro planeta. Crente é, juro, uma boa intenção que descamba. Sou feliz por fazer do grupo, mesmo quando quero dar uma voadora em todos eles, mesmo quando me matam de vergonha. Crente não sabe se comportar ainda. Mas eu acho que causo mais mudança do lado de dentro do que de fora. Acho que crente ainda tem salvação. Tem que ter, gente, crentes são maravilhosos.

***

Se você também acha os crentes seres fascinantes e os ama por isso ou, REVELAÇÕES, você é um deles, me ajuda compartilhando o texto? Uma ou duas pessoas chegando até aqui por causa de um link que você compartilhou já é MUITA COISA, sim. Serei eternamente grato :)

Se você odeia os crentes (bem provável), olha, desculpa pelo inconveniente, nem tiro sua razão. Estamos trabalhado nisso.

Você fica defendendo os gays

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Eu e um amigo entramos no banheiro do shopping. Eram apenas três mictórios, e já tinha um cara numa ponta. Fui para a outra ponta (é meio que uma regra entre homens), deixando o do meio vazio. Daí meu amigo ficou com o do meio (antes ele do que eu), e o cara da outra ponta saiu. Chegou um distinto camarada e ficou no mictório da ponta vazia. Meu amigo saiu do meio, e aí aconteceu.



Não deu nem cinco segundos, sabe. Meu amigo liberou o mictório do meio, e o cara VOOU para o meu lado. Eu achei tão estranho que fiquei meio "Jura???". Quer dizer, ele já estava no mictório da ponta. Por que trocar pelo do meio? A mudança foi tão brusca que eu, com minha mente de cocô ativada, fiquei pensando:

"Pronto, é agora que ele mete uma faca em mim. Ele vai me assaltar aqui mesmo e ninguém vai perceber, porque ele vai sussurrar e mostrar a arma. Ou isso ou o mictório da outra ponta está ruim. Ou sem água. Não sei. Mas não tinha um outro cara lá? Tem que ter um sentido. Ele vai me passar umas drogas agora. Ou uma bomba"

Daí eu, nessa letargia, estava naquele momento de encerrar os trabalhos e fechar o zíper, quando o cara, de alguma forma, INVADIU MEU ESPAÇO e deu UMA BOA OLHADA em mim. Assim, mesmo que mictórios, desses que são separados, sejam um ao lado do outro, AINDA existe privacidade. Para uma pessoa dar uma conferida na outra, ela tem que realmente querer fazer isso. É cruzar uma linha.

Eu fiquei tão "WTF?!". Veja bem, não é nem a questão do "O cara vendo o meu pinto", porque eu nem tenho travas com nudez, mas foi, tipo, surreal. Como se eu entrasse num elevador dando bom dia e todo mundo respondesse "Bom dia tua cara". Ou como se ele tivesse lambido meu olho. Foi um misto de incredulidade com ser pego de surpresa e um pouco de susto, porque eu já tinha achado a atitude do cara meio estranha. Me senti desrespeitado, violado.

Assim que eu saí, o cara saiu também, meio correndo. Tipo, só se ele já estivesse mijando nas calças quando chegou nos mictórios para sair tão rápido, o que me fez pensar que ele entrou no banheiro só pra isso mesmo.

Meu amigo estava falando desde que entramos e, juro, não faço ideia mais do que era, porque a minha mente apagou. Meu amigo lavava as mãos, o cara lá também. Eu não conseguia olhar para o cara, fiquei fingindo que nada tinha acontecido.

Mas eu me forcei a olhar, porque, não sei. Eu encarei ele, ele me encarou de volta. Não sei o que falamos pelos olhos, mas foi tipo um "Eu sei o que você fez, e você sabe que eu sei".

O cara disparou na nossa frente e virou na primeira esquina que viu. Depois, eu meio perplexo ainda, contei para o meu amigo "Você viu o que aquele cara fez?". Amigo ficou mais indignado que eu "E VOCÊ NÃO DISSE NADA? POR QUE VOCÊ NÃO ME FALOU ANTES? AGORA ELE SUMIU". E, gente, ia fazer o quê? Espancar a pessoa?

Aí ele disse: "Viu? VOCÊ FICA DEFENDENDO OS GAYS, OLHA AÍ".

E só porque ele disse isso que eu estou escrevendo. Não tem nada a ver com os gays. A sexualidade do cara nem entra em questão. O fato dele supostamente ser gay não influencia em nada o fato. Eu não fiquei incomodado por que um gay deu uma de psicopata para cima de mim, mas com o fato de que uma pessoa simplesmente violou minha privacidade. Me desrespeitou, passou por cima da minha vontade, não me tratou como gente.

E não foi uma coisa de ESSE QUE É O PROBLEMA DOS GAYS. Não, o maluco era aquele cara específico ali. Ele que não teve noção. Nada a ver com todos os outros gays do mundo. Um maluco heterossexual não ia chegar em mim e nem dividiria banheiro com mulheres, mas certamente ia desrespeitar mulheres em outros ambientes.

***

Fico pensando nesse acontecimento e, às vezes, acho engraçado, às vezes acho muito problemático. Quer dizer, vai que eu que sou um psicopata? Vai que eu e meu amigo somos daqueles machistões que agridem pessoas fisicamente? Sabe, ninguém deve ser tratado como um objeto. E espancar pessoas também conta como não tratar como gente. Eu não sei se todas as pessoas estão cientes disso, então, gente, cuidado com o que vocês fazem. Não abusem de ninguém, plmdds.

No fim das contas, foi apenas uma bobagem. Não morri, não me machuquei, mas, sei lá, eu fico pensando o que se passa pela cabeça daquele cara e em todos os cenários ruins que poderiam ter acontecido.

***

Esse foi o texto menos claro que já escrevi no Não Sei Lidar, mas acho que é porque eu não estou sabendo lidar mesmo. Me ajudem aí nos comentários a entender o que está acontecendo por aqui.

Teste ergométrico, um mistério, um pavor

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Se você me acompanha no Twitter ou na página do Facebook, onde eu vivo postando uns causos aleatórios, você sabe que estou mirando numa nova meta de vida: aprender a nadar. Digamos que o motivo seja apenas PORQUE SIM. Simplesmente acontece. Eu penso "Humn... Nunca fiz tal coisa... Por quê? Gente, POR QUE EU NUNCA FIZ TAL COISA?", daí eu tenho que fazer, pronto e acabou.

E eu vou no impulso, sabe. Quando eu sinto que preciso fazer, eu fico naquela de que tem que ser agora. Daí que, depois de muito pesquisar lugares, encarar telefones e desviar naipe Matrix de gente querendo me cobrar 250 reais por mês, eu achei uma escola de natação e estava jurando que já ia cair na piscina e me sentir o próprio Michael Phelps.

Eu ligando para as escolas de natação

Mas me pediram um atestado médico. Eu, que odeio ir ao médico, fiquei POXA, mas pessoas me explicaram que é para evitar minha morte à beira da piscina e também evitar que eu espalhe perebas na água, o que eu achei justo. VOU FICAR MUITO IRRITADO SE PEGAR PEREBA DE PELE DE ALGUÉM. Mas vida que segue.

Digamos que eu não seja a pessoa mais atlética do Brasil, nem de Nova Iguaçu e nem da minha casa, então eu fiquei com um pouco de receio do médico não me liberar. Me tranquilizaram: "Relaxa, Felipe, ele vai só fazer umas perguntas bestas, não vai nem te examinar de verdade". E isso é bom, gente? Eu só pensando nas perebas na água. Cheguei no médico, ele realmente só me fez umas perguntas bobas (Fuma? Bebe? Dorme bem? Curte Sense8?). Vi ele assinando meu papel. Quando peguei o atestado, já num clima de UHULL PARTY HARD SOU O NOVO PHELPS, não era um atestado. Era um pedido de exame. Um exame de verdade.

O dito cujo: Teste ergométrico. Agora, vejam imagens do exame que Tio Google me concedeu e tentem me imaginar nelas:




Eu nunca pisei numa dessas esteiras de correr, não sei me comportar nelas. Lembrem de como eu lido com coisas desconhecidas. Eu não corro nem pra pegar ônibus, gente. E esses fios? E esse troço na cara? CADÊ MINHAS PERGUNTAS BOBAS?

Alguém já fez? Porque minha mãe já e foi considerada INCAPAZ. Quase rolou na esteira (uma história maravilhosa, peçam detalhes pra ela qualquer dia desses). Eu tenho fortes motivos para crer que vai rolar uma hereditariedade, vide minha vida toda sendo desastrado. Tô imaginando algo assim:




Me salvem. Qualquer informação extra é bem vinda.

Drama King encontra esteira

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Eu tinha um outro texto para o blog hoje, mas, depois dos comentários de vocês no último post, eu precisava contar como foi o tal exame assustador.

Primeiro, uma constatação óbvia: EU SOU UM DRAMA KING.
Segundo, gente, tenham um plano de saúde. Acho que eu nunca pisaria naquele hospital se tivesse que pagar do meu bolso.
Terceiro, releiam o primeiro.

Nem tive tempo de me preparar psicologicamente porque a enfermeira não parecia estar num dia tão bom e já chegou meio TIRA A CAMISA, e eu MAS MINHA SENHORA, e ela TIRA. Daí eu tirei, ela me deu um banho de álcool e colou uns coisinhos que chamaremos aqui de ~eletrodos~. Se não for esse o nome, não importa, o blog é meu. Um amigo me deu a informação (muitas pessoas me deram informações, obrigado) de que, se você for do tipo Tony Ramos, é preciso raspar as áreas onde os eletrodos serão colados, daí você fica com um visual inovador quando termina.
 

Mas enfim.

A médica que ia aplicar o teste tinha um nome oriental que obviamente não citarei aqui, mas eu estava imaginando a mãe da Lane de Gilmore Girls com um chicote na mão mandando eu correr na esteira. Quando finalmente chegou o momento, PLOT TWIST, a médica era uma fofa. Ela realmente tinha os olhos puxados, mas, gente, o que eu imaginei parou por aí. Me deixou super à vontade, me explicou como funcionaria, respondeu minhas perguntas e não me mandou calar a boca (teria razão se mandasse).

- Você jura que eu não vou sair rolando assim que começar?
- Olha... Nunca vi acontecer.
- Não me subestime.


Subi na esteira. Tinha lugar para apoiar as mãos e tudo. Ela disse que ia começar bem devagar e depois ia acelerando aos poucos. Assim que começou, eu já fiquei meio ESSE QUE É O DEVAGAR???, mas fui na fé. Passou um tempinho e até que não estava ruim, dava para andar tranquilamente sem ter que correr.

Aí eu perguntei:

- Quanto tempo eu tenho que ficar aqui?
- Quanto você aguentar. O tempo não é importante, você tem que ficar aí até cansar.
- COMO É QUE É?

Ou seja, não havia forma de vencer aquele teste. Onde está a justiça no Brasil, não é mesmo? Eu quase falei: Ah, então para que eu quero descer (literalmente), acabou a brincadeira. Mas duas coisas me fizeram continuar:

1) Um quadro verde na parede na minha frente que, juro, era exatamente este que encontrei no google procurando por "caminho verde". 


2) Tinha uma estante na salinha e TCHAM TCHAM TCHAM a médica estava lendo um livro do Harlan Coben que eu já li, o que nos tornava praticamente melhores amigos, então eu não quis desapontá-la com a minha falta de cooperação.

Teve uma hora que eu, DANE-SE, e, olha, corri pra caramba. Que surreal, gente, QUE SURREAL. Eu vi que podia ficar andando eternamente, então, se era para cansar, vamos fazer direito. Única coisa chata, preciso admitir, foi ficar imaginando que a pessoa penosamente estuda por ANOS para, no futuro, ser obrigada a ficar respirando CHEIRO DE SUVACO numa sala pequena e sem janelas. Dsclp. Mas depois eu tomei um banho com álcool gel e ficou tudo certo. Inclusive, me surpreendi com os efeitos desodorizadores. Eu nem sei se ele estava ali pra isso, mas, qualquer coisa, ninguém viu. Foi necessário.

DEU TUDO CERTO. Nenhum problema com meu coração (quem diria), já posso ganhar minhas medalhas de ouro na natação.

Na hora de ir embora, eu falei com a médica:

- Esse livro é ótimo, né?
- MARAVILHOSO. É o terceiro que eu leio dele.
- Já li vários também!
- Ele joga umas frases nos finais!
- SIM, NOSSA, AS FRASES NOS FINAIS.

Melhores amigos.

Make a Move

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Dias atrás, eu tive que virar o jogo. Tinha uma coisa que me incomodava muito, só que essa coisa sempre esteve comigo, então era muito difícil para mim me livrar dela. Tipo um relacionamento abusivo, sabe? A pessoa está sofrendo, mas continua com quem abusa, porque acha que não existe uma vida fora daquilo ou não enxerga as opções. Daí a pessoa fica eternamente sendo abusada.

Foi Survivor que iluminou minha mente.

Uma das coisas que me fazem achar Survivor o melhor reality show de todos os tempos é que só ganha quem merece. Não ganha o bonitinho, a boazinha, o simpaticão. Quer dizer, até ganham, mas só se eles também forem os melhores jogadores. Isso porque os participantes são eliminados pelos companheiros por votação, um a um, até que no final sobram apenas 2 ou 3 pessoas. E quem é que diz quem vence? Isso mesmo, a galera que foi eliminada. E esse pessoal tem a consciência de só dar o prêmio para quem fez grandes jogadas durante o programa.

Daí que toda pessoa em Survivor sabe que não adianta apenas durar até o fim. Você tem que fazer algo que mereça o voto das pessoas na final. Se você apenas for arrastado até o fim só por não ser uma grande ameaça, ser um zero à esquerda, apenas sairá com zero votos e tão sem prêmio como o 1º eliminado. Quem está no jogo fica o tempo todo "I need to make a huge move", "It's my time to make a move". Eles tentam enganar os próprios aliados, blefarem, encontrarem um ídolo de humanidade, botar uns fulanos contra os outros, fazer uma cena como quem vai rodar e rir ao eliminar uma pessoa que nem viu o tapa na cara chegando.


Assim é Survivor. A vida é um pouco diferente, mas nem tanto. A gente vive, cada um do seu jeito, mirando em chegar bem lá no final. Diferente do reality show, as outras pessoas não irão nos julgar. A gente não vive para os outros, a vida é só nossa. Porém, vocês lembram do Brás Cubas? Não li o livro ainda, mas é a história do morto contando sobre sua própria vida. Se eu tivesse uma experiência do naipe Memórias Póstumas, eu ia querer contar sobre uma vida legal. Não ia querer narrar um milhão de arrependimentos, uma existência infeliz, uma vida modorrenta causada exclusivamente pela minha inércia. E, veja bem, não estou falando que eu tenho a obrigação de MUDAR O MUNDO. Longe disso. Num Memórias Póstumas de Felipe Fagundes, eu ia apenas querer ver que fiz tudo o que pude. Que não me apeguei a coisas ruins, que não me acomodei, que não me deixei ficar em situações desfavoráveis.

E aí é que nem em Survivor mesmo. A oportunidade aparece, o jogador pode continuar no joguinho feijão com arroz dele ou surpreender todo mundo e a si mesmo com uma virada espetacular.

Eu fiz a minha virada e foi bom pra mim.

***

Bons motivos (ok, nem tanto) para compartilhar esse texto:

1) Você conhece pessoas que precisam sair da zona de conforto
2) Foi bom pra você, e você quer retribuir, mas sem me dar dinheiro
3) Você reconhece a magia dos programas de TV em nossas vidas (provável)
4) Você é fã de Survivor (improvável). ME MANDA UM E-MAIL, SEJA MEU AMIGO.

Mudar um pouquinho ao redor

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Às vezes, eu fico pensando que, se fosse para salvar o mundo numa tacada só, nem a Liga da Justiça e nem os Vingadores dariam conta. Eu quero um mundo melhor. Digo, muito melhor, porque, convenhamos, o nosso é meio problemático, mas não dá para levar o peso todo nas costas. Acho que, se eu fosse super-herói e tivesse a obrigação de salvar o dia sempre, ia deitar no chão em posição fetal e ficar ali tapando os ouvidos.

Ainda bem que eu não sou. Eu conheço muita gente que se cobra dessa forma, como se uma vida só valesse a pena se tivesse uma grande contribuição para a humanidade. Como dormem à noite? Não sei. Eu realmente acredito que pessoas podem mudar o mundo completamente, mas também acredito que a esmagadora maioria delas não vai chegar nem perto, mesmo querendo muito.

Eu provavelmente sou uma dessas pessoas que ninguém mais vai lembrar daqui a duzentos anos, mas estou muito bem com isso, obrigado.

Hoje é 15 de julho, então eu tive que pegar meu livro favorito e relembrar que, realmente, acho que o importante é fazer diferença. Mudar o mundo? Talvez. Vai que. Mas, pelo menos, só um pouquinho ao nosso redor. Você pode não ter a capacidade de descobrir a cura da AIDS e nem de trazer a paz mundial, mas mudar um pouquinho ao redor? É uma coisa que todo mundo, sem exceção, consegue fazer.

Pessoas, gente, acho que o segredo está nas pessoas. Maior cafonice da minha parte (não me arrependo), mas um ser humano pode fazer tanto por outro!

Ah, mas eu não tenho dinheiro

Doe sangue! Pode não estar salvando o planeta Terra, mas salvou o mundo daquela pessoa que precisou.

Ah, mas eu não posso doar sangue por motivos XYZ

Participe de um trabalho voluntário! Às vezes, nós temos um espaço de tempo completamente inútil, um espaço que poderia ser muito bem preenchido com trabalhos voluntários. Andei dando uma pesquisada e existem várias redes de voluntários, projetos que já duram anos, bem organizados e focados. O que eu li muito também, em depoimentos de voluntários, é que a pessoa entra achando que está doando, mas, com o tempo, percebe que é quem mais recebe <3

Ah, mas eu não tenho tempo

Seja bom para alguém, gratuitamente! As pessoas só esperam hostilidade das outras. É só olhar essas matérias em que uma pessoa teve uma atitude gentil (tipo, devolver uma carteira com dinheiro perdida) e fica todo mundo NOSSA, FÉ NA HUMANIDADE RESTAURADA, sendo que, gente, uma coisa tão básica! Mas, viu? Tá em falta. Então fazer o básico e tratar as pessoas como gente já é fazer a diferença num mundo em que só esperam o pior de você.

No fim das contas, a gente nem precisa dos super-heróis, porque acho que o poder maior está em pessoas comuns ajudando pessoas comuns. Parece um pouco batido mesmo, mas cadê que a gente lembra disso todos os dias?

Mudem o mundo um pouquinho ao redor de vocês.

***
Se você:

1) Quer mudar o meu mundo e, quem sabe, despertar essa vontade de ajudar em outras pessoas também, compartilhe esse texto!
2) Quer me dar um presente de 15 de julho (vocês sabem...), compartilhar esse texto é uma boa escolha.
3) Tem menos de seis graus de distância do David Nicholls (autor de Um Dia), POR FAVOR, COMPARTILHA, vai que ele vê :P
4) É o David Nicholls e chegou aqui por causa da pessoa do item 3, OLHA, DAVID, VAMOS CONVERSAR SOBRE O FINAL DE UM DIA.

Esquadrão da Cagação de Regra

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Eu e minha mãe juntos em frente a TV é um evento meio raro, mas tinha que acontecer mais vezes. Estávamos completamente desavisados quando, PÁ, começa Esquadrão da Moda no SBT. Gente, jura que esse programa ainda está na fila do pão da TV brasileira? Anos que eu não vejo mais, jurava que já tinham cancelado. Lembrei das altas gargalhadas que já dei com ele, das pessoas cafonas, a Isabella Fiorentino rasgando as roupas etc. Hilário.

Até que eu reassisti.

O padrão foi o de sempre: os amigos da mulher a indicam em segredo para o programa, passam uns VTs mostrando um pouco do dia a dia dela, a Isabella e o Arlindo Grund aparecem e dizem: amiga, você é muito cafona.


Gente, NADA DE ERRADO COM A PESSOA. Eu e minha mãe ficamos chocados. Eu tinha esquecido de todos os detalhes do programa. Quando mostrou as amigas falando "Ain, ela tem que se arrumar melhor" ou "Nossa, tem dias que ela me deixa até com vergonha", minha mãe: "Minhas flores, que tal cuidarem da própria vida?". Imagina todo mundo do seu trabalho dando pitaco na sua roupa.

Se fosse comigo...

- Então, Felipe, o pessoal do trabalho te indicou Hahahahah Não dá mais pra usar essas roupas, Felipe!
- Como é que é?
- Você é jovem, tem que se vestir como jovem rsrsrsrs
- Quem tá me obrigando, gente?
- Mas o pessoal do trabalho...
- Arlindo, quem paga as minhas contas?
- Mas...
- Deixa eu guiar vocês até uma louça pra lavar, só me seguir.

A mulher ficou super sem graça. Na parte de destruir as roupas e jogar fora, foi quase tudo para o lixo. Imagina pessoas jogando fora seu guarda-roupa, roupas que você GOSTA, roupas que foram presente, roupas que possuem algum valor sentimental...

- Isabella, me desculpa, mas agora você vai ter que se virar e costurar essas roupas todas aí.

O pior é que as novas roupas são sempre NADA A VER com a pessoa. Eu aposto que, dois meses depois, as mulheres estão se endividando para comprar roupas que realmente gostam.

Fonte
Assim, tem gente que é cafona? Apesar de ser um conceito muito relativo, sim, tem. MAS E DAÍ? A mudança de visual seria legal, mas só se partisse da própria pessoa. 

No site do programa, tem esta descrição no formulário de inscrição:

"Você conhece alguma mulher que não sabe se vestir?". Mas, gente, nem é difícil. Os buracos dos lados são para os braços, o de cima é pra cabeça. Etiqueta fica para o lado de dentro, todo mundo sabe disso.

"Uma mulher que não tem bom gosto, que não sabe comprar roupas?". Dica: Você vai na loja, escolhe a roupa que você quer, vai no caixa e paga.

"Que guarda velharias no guarda-roupa? Que vive repetindo uma mesma peça de roupa?". Não sei vocês, mas eu repito roupas todos os dias. Acho que é o normal. Se vocês estão jogando fora as roupas de vocês ao invés de lavar, há algo errado aí.

Só digo uma coisa: Se você conhece uma mulher assim, A DEIXE EM PAZ, NÃO SEJA UM MALA.

Minha mãe confirma: "Eu corto a relação com quem me indicar pra um troço desse". Eu também.

***

Se você é o colega de trabalho mala, já está avisado. Beleza, segue em frente.

Mas, se não, me ajuda compartilhando o texto pra ver se chega em, pelo menos, um mala?

Obrigado!

#Escrevendo: Como melhorar como escritor?

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Rola sempre uma polêmica quando tocam no assunto: Criação literária é talento ou esforço? A escrita criativa pode ser ensinada? Ao invés de ficar aqui batendo cabeça com vocês, eu decidi ir atrás de informação enquanto brincava de escrever meu primeiro rascunho.

Eu topei com dois livros que acreditam que alguma coisa pode ser ensinada, sim. Tudo? Talvez, não. Mas, com abordagens diferentes, eu sinto que aprendi lições importantes.

***

Fonte
O primeiro foi o "Para ler como um escritor" (Francine Prose, editora Zahar). A autora segue uma linha bem diferente daquilo de NÃO PODE FAZER ISSO ou TEM QUE FAZER ASSIM. Ao invés de dizer como se faz ou o que não deve ser feito, Francine Prose mostra como já fizeram. Com o auxílio de uma lista imensa dos seus autores e textos favoritos, a autora ensina através de exemplos reais.

Francine conta das experiências dela como professora num curso de escrita criativa ao passo que aponta bons exemplos de textos. Acho que, até quando não aprendemos nada, o tempo passado com "Para ler como um escritor"é muito válido. Eu fiquei maravilhado com o capítulo sobre narração, que, tipo, ABRIU A MINHA MENTE. A gente só pensa "escrevo em 1º ou 3º pessoa?" quando vai começar algo novo, mas, olha, há um mundo inimaginável de possibilidades. O capítulo sobre detalhes também escangalhou minha cabeça toda, pois os exemplos são incríveis! Terminei o capítulo com a certeza de não saber nada sobre a vida.

No final do livro, a autora deixou uma lista com livros "Para ler imediatamente". E a lista parece realmente interessante, pois nela estão os livros citados como exemplo por Francine Prose. Ítalo Moriconi, que assina o posfácio do livro, também deixa uma lista pessoal de obras nacionais a serem lidas.

Pontos negativos: Como os exemplos são baseados no gosto pessoal da autora, tudo acaba sendo muito subjetivo. Houve momentos em que ela disse "Vamos ver uma bela frase", e eu não achei nada demais. E tem horas em que a gente percebe que o trecho é bom, mas não sabe dizer o porquê e fica por isso mesmo. "Para ler como um escritor"é um livro devagar, no sentido de que precisa ser lido com parcimônia. A análise dos textos feita pela autora é profunda e pode ficar cansativa se você não estiver no pique.

***

O "Como melhorar um  texto literário" (Lola Sabarich e Felipe Dintel, editora Gutenberg) está quase no extremo oposto do livro de Francine Prose, e eu me interessei justamente por isso. O livro tem menos de 100 páginas e faz o tipo rápido e rasteiro. É bastante objetivo, é um manual mesmo, conforme diz na capa.

O livro agregou coisas na minha vida que acho que ficarão para sempre. Os conceitos de moldura/atmosfera/ação numa cena é a teoria para quando a gente sente que a cena não está boa, mas não sabemos dizer o motivo. O livro também bate na tecla de evitar redundâncias e, gente, FAZ TODA A DIFERENÇA! Eu acabei aprendendo que escrever bem é saber cortar até chegar num texto coerente e enxuto.

Pontos negativos: Ironicamente, achei o livro um pouco redundante. Risos. Alguns ensinamentos foram repetidos 2 ou 3 vezes. Tipo, o livro tem menos de 100 páginas, mas poderia ser ainda menor. Outra coisa, e eu nem culpo os autores por isso, mas deixo como alerta, é que, como diz na capa, esse é um manual com técnicas básicas de narração. Assim, básicas MESMO. Rolaram uns parágrafos que pareceram destinados a pessoas que nunca leram um livro na vida. Para leitores/escritores mais experientes, pode soar um tanto besta. Mas, juro, revolucionou minha escrita.

***

Não sei dizer de qual dos dois eu gostei mais. O "Como melhorar um texto literário" foi do tipo TOMA ESSE ENSINAMENTO NA CARA E MELHORA, CARAMBA e mudou minha visão da noite para o dia. O "Para ler como um escritor" me deixou fascinando por dias por ser tão interessante. O meu ficou todo grifado.

Recomendo os dois, de verdade.
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