1) Finais felizes: Você carrega o livro pra cima e pra baixo, dando toda sua atenção a ele até devorar as 300 páginas. Você, no meio de uma vida corrida, consegue parar por mais de uma hora para assistir o filme e se transportar para dentro dele. Você conhece os personagens, sofre por eles, vibra com eles. Aí você percebe que o final está chegando, as suas expectativas sobem demais. A última cena acontece e, VRÁ NA SUA CARA, deu tudo errado, porque um dos mocinhos foi atropelado por um caminhão ou morreu numa explosão. Daí rola aquele choque, porque aquele livro fofo e divertido termina daquele jeito horroroso e não há nada a fazer, apenas aceitar as pessoas tendo a pachorra de defender que aquela foi uma lição sobre a vida, que nada é perfeito, que temos que estar preparados para tudo. Amigos, EU NÃO QUERO SABER, eu já sei como a vida funciona! Eu sei que as pessoas morrem! Eu sei que câncer mata! FINAL BOSTA É O QUE A GENTE VÊ SEMPRE. Deixa eu me enganar! Deixa eu ver gente vivendo feliz pra sempre! Me dá um pedido fofo de casamento, me dá bebês, me dá amigos vencendo o mal e permanecendo todos vivos, me dá todo mundo se amando. Sai daqui com essas lições duras sobre a vida, eu não paguei pra ter isso. Isso a vida já me dá de graça.
2) Reality shows: Eu não sei o que é, mas se eu passo por um canal e tá passando um reality show qualquer, não importa do que se trata, eu vou, no mínimo, dar uma chance. Será que isso é gostar de bisbilhotar a vida dos outros? Porque eu fico, nossa, filmaram todo o processo dessas noivas escolhendo o vestido de casamento, o que será que tem demais nisso? Porque, gente, TÁ NA TV. Por alguma razão muito fascinante, aquela realidade, mesmo soando super banal, rende dinheiro para várias pessoas! Daí eu fico vendo competição de comida, de produto de supermercado, competição de estilista, de quem se veste melhor, de quem perde mais peso. Eu fico vendo pessoas em Nova York tentando achar o grande amor, tentando vender uma casa, decorando. Vejo as Kardashians não se contentando com um reality só delas e criando uma loja de moda que tem o próprio reality pra tomar conta da vida das vendedoras. E EU AMO PARAR PRA VER. Eu não vou nem comentar de Survivor, que é o maior experimento social que eu já vi na vida, senão esse post não acaba hoje.
REALITY SHOW NA TV!
*encara até a próxima encarnação*
3) Exércitos de realizadores: Se uma pessoa rica se oferecesse para me dar um presente, qualquer presente, eu já teria a resposta na ponta da língua: MEU PRÓPRIO EXÉRCITO. Mas eu preciso explicar o conceito pra vocês.
Sabe a Shonda Rhimes, produtora de séries de TV? Você já reparou que tem o dedo dela em TRÊS séries famosas no ar ao mesmo tempo? Grey's Anatomy, Scandal, How to get away with murder e sabe Deus mais em quê. Será que ela faz tudo? Seleciona o cast, escreve os roteiros, dirige as filmagens, edita os vídeos, as trilhas sonoras...? Mas é claro que não! Ela tem o próprio exército de realizadores. Ela gera as ideias, a Shondaland constrói.
Felipelândia, quando vem?
Um outro exemplo também é o que o James Patterson, autor de suspenses policiais, faz. Uma pessoa normal deve conseguir lançar NO MÁXIMO 2 livros por ano. O James Patterson deve lançar uns dez, sem exageros. Ele trabalha com o exército dele, que, no caso, é um grupo de escritores. Patterson pode ter várias ideias para livros e manda uma pra cada pessoa. Elas escrevem, ele ajuda no processo com orientação, revisão, edição... Daí que ele pode trabalhar em várias ideias ao mesmo tempo. Quando o livro sai, como autor vem "JAMES PATTERSON & fulano". O cara é best-seller, o livro vende que nem água. SENTIRAM O PODER?
Gente, meu sonho é ter meu próprio exército. Eu tenho ideia pra livro, pra música, pra zine, pra sites, pra aplicativos, para jogos, para canal no Youtube, para roupas! Eu tenho habilidade para tornar todas minhas ideias em realidade? Certamente que não. E eu consigo muito mal fazer 1 coisa de cada vez. Daria meu reino por esse trabalho colaborativo maravilhoso! Fica aí a indireta pra você, rico, que lê esse humilde blogueiro sonhador.