Já emendo aqui minhas sinceras desculpas por não ter respondido diretamente a quem perguntou. Na minha cabeça, eu ia ou fazer um vídeo com Love by Grace de fundo musical na cadeira do barbeiro ou tirar uma selfie lá mesmo no salão com o meu novo visual. Eu estava decidido, né, a lista.
Porém, como sempre acontece, ACONTECEU.
Eu tive uma discussão quase séria com a minha mãe a respeito disso. Quase séria porque ela fica indignada, mas eu morro de rir. "EU NÃO VOU TE AMAR MAIS, TÔ AVISANDO", "HAHAHAHAH". Foi uma luta para eu sair de casa. Daí eu cheguei no barbeiro num domingo à tarde - pra quem me informou que salão aberto aos domingos só tem em shopping, pasmem com o fascinante mundo de Nova Iguaçu - e só tinha eu mesmo para ser atendido. Nem rolou um preparo psicológico, já sentei na cadeira.
Nossa, realmente dava para ter feito uma dramatização com Love by Grace.
Mas daí eu encarei o barbeiro, meio nervoso, meio incerto, e expliquei o que eu queria: máquina zero. Ele ficou todo "COMO É QUE É???". Fiquei esperando elogios ao meu cabelo ("Mas seu cabelo é tão bonito! Olha essa cor! E tão sedoso, bem cuidado"), mas, risos, não aconteceram, porque meu cabelo é um ninho de passarinho mesmo. Ele só perguntou se eu não ia chorar depois. Eu fiquei balançado, porque claro que eu ia ficar muito abalado depois, mas estava de boa com isso.
A questão é que eu prezo demais minha sanidade mental e meu estado de espírito Sempre Felizinho. Entrar de cabeça (raspada) num troço arriscado desse podendo cair numa espiral depressiva me pareceu um preço muito alto.
Mas eu não queria desistir. Olhei para o espelho e me pareceu impossível passar a zero logo de cara, então eu disse: "A gente pode tentar passar a máquina um e ver no que dá, né?", e ele "Mas, Felipe... O seu cabelo...", "PELO AMOR DE DEUS, MOÇO, FAZ ALGUMA COISA QUE EU PEÇO".
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Então, eu queria dizer que não fiz exatamente o que eu tinha me proposto. Não consegui. Eu realmente queria raspar a cabeça, mas, na hora, não veio aquela vibe de VAMOS NOS PERMITIR. Daí algumas pessoas me pediram fotos, perguntaram do resultado e tal, e o que eu tenho, fuén, ainda não é o que eu queria. Eu falhei? Era o que eu estava me cobrando até perceber que, amigos, eu não morri, né? E EU DEI UM GRANDE PASSO. Decidi que tá permitido ir devagar, sim. Eu não soube lidar, mas um dia saberei. E vai ser até bom as pessoas irem se acostumando com meu cabelo beeem baixo, porque, quando a máquina zero chegar, o choque será menor. Tanto para mim quanto para vocês.
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Por motivos óbvios, eu detesto aparecer em fotos, mas vocês não iam sossegar se eu não colocasse uma aqui.
Pois é (Gente, olha que engraçado o formato dessa cabeça! Parece que cortaram um pedaço digitalmente).
Mas sabe que eu até gostei da aparência? Quer dizer, muito difícil não ser ruivo por algumas semanas, mas achei que fosse ser pior. Eu tô me sentindo um daqueles astros de filme de ação, só que peso pena. E é tão gostosinho passar a mão. Consigo sentir meus dedos gelados no cocuruto.
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Então, é isso. Talvez eu deixe crescer mais um pouquinho, talvez eu passe máquina um mais algumas vezes, talvez na próxima eu já raspe totalmente. Quem sabe? Vamos apenas nos permitir fazer qualquer coisa.